Saímos bastante cedo para o Caminho, tendo por isso mais uma hipótese de ver um elevar do sol acima da linha do horizonte. Desta vez como o céu estava preenchido com nuvens, as cores ainda foram mais surpreendentes. Acabámos por desembocar numa albufeira de barragem vazia, e como estávamos a seguir o track fomos dar uma volta maior do que o necessário, pois a marcação contornava a água, que para o efeito não existia. O Caminho acaba por voltar sempre à N630. E desta vez, que acabaria por ser uma das últimas, fomos "obrigados" a passar por um terriola de estrada completamente decrepita, e por um Café ainda mais decadente, onde gostaríamos de ter tomado o segundo pequeno almoço. Mas o que realmente aconteceu no Bar Pepe foi algo de totalmente surreal. Correu tudo tão mal que o nosso guru César, que não é de gastar o seu latim por... "dá cá aquela palha"... Disse alto e em bom som, quando viu chegar o pedido que tínhamos feito como última tentativa de salvamento da situação que se estava a criar: - É MELHOR NÃO PEDIRMOS MAIS NADAAAA!!!
Depressa quisemos sair dali, e voltar às pedaladas. Rapidamente chegámos a Granja de Moreruela e virámos para a esquerda em direcção a Ourense. Estávamos agora no Caminho sanabrês. Como indicador de mudança, logo nos apareceu uma escarpa de pedra quase intransponivel para o conjunto homem/bicicleta. Acabámos por demorar quase uma hora para fazer tal escarpa, mas no fim concluímos que realmente valeu a pena. Lá bem no alto ainda fomos presenteados com uma concorrida escavação de um castelo Visigodo do Séc V e daí, demos inicio a umas descidas técnicas bastante agradáveis em direcção a Tábara. Povoado de assinalável dimensão por nós escolhido para almoçar. Da parte da tarde practicamente só andámos a contornar o rio Tera e as localidades vizinhas, que curiosamente têm todas Tera no nome. Acabámos por parar numa das últimas, mais precisamente em Olleiros... de Tera.
Mais uma vez não atingimos os mil metros de acumulado. E nestes 86 km, andámos a subir e a descer entre os 650 e os 850 mt de altitude.
TRACK E ALTIMETRIAS DESTE DIA NO WIKILOC :
http://es.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=512365

Ao vivo, ainda é mais bonito...









Estivemos quase uma hora nisto.
Analisando, assim à distancia, até dá para pôr a mão na consciência e revelar... Não será isto perigoso? - Nã... Já foi!
Lá em cima, bem no cume de tal escarpa, já estão os dois peregrinos a pé. Visto daqui de baixo parece uma enormidade...
- Mas era mesmo por aqui que devíamos ir? - Sim! - Vá, segue jogo.
Para tirar as dúvidas até temos as setas bem pintadas na rocha. Está uma no canto inferior direito. Por cima da data.


Com atenção pudemos descortinar um dos nossos, bem lá no meio. - Olá César, se não estivesses de amarelo não te via.
Lá em cima estavam uns jovens arqueólogos a fazer uma escavação, do que se julga ser um castelo Visigodo do séc. V. Gastámos algum do nosso tempo a cultivarmos-nos.
Já em Tábara, onde acabámos por fazer uma paragem para o almoço, tive que recarregar o GPS com mais tracks. Felizmente que o restaurante ainda estava vazio...

Na bomba de gasolina da Cepsa junto a Tábara estavam uns bombeiros a efectuar testes. Por lá aproveitámos para fazer um repouso que incluiu em sesta ao sol.

Depois do repouso começámos a nossa saga pelas capelinhas do rio Tera. Iniciámos em Santa Croya de Tera e acabámos em Olleiros de Tera. Nesta foto, os meus comparsas estavam afazer um pequeno repouso e a atestar de água, enquanto eu fui ao albergue de Calzadilla de Tera para carimbar. Curiosamente, e como facto inédito para mim, a hospitaleira só carimbava a quem se "quedasse". - Se vais seguir não te "sello". - Dizia.


Na bomba de gasolina da Cepsa junto a Tábara estavam uns bombeiros a efectuar testes. Por lá aproveitámos para fazer um repouso que incluiu em sesta ao sol.

Depois do repouso começámos a nossa saga pelas capelinhas do rio Tera. Iniciámos em Santa Croya de Tera e acabámos em Olleiros de Tera. Nesta foto, os meus comparsas estavam afazer um pequeno repouso e a atestar de água, enquanto eu fui ao albergue de Calzadilla de Tera para carimbar. Curiosamente, e como facto inédito para mim, a hospitaleira só carimbava a quem se "quedasse". - Se vais seguir não te "sello". - Dizia.
Achei no mínimo ... Estranho!
Cambiante completa de paisagem e de clima. Por aqui, e depois de concluirmos que tínhamos contornado todo um povoado, andando em circulo, circulava-mos num belo bosque. Este tipo de paisagem passou a ser comum daqui para a frente.
Muitas vezes por graça, outras por necessidade imperiosa, encontramos destas setas desenhadas artisticamente pelo solo. São de uma importância assinalável quando por algum motivo a marca "original" tenha desaparecido. Eu próprio já as construí para auxiliar quem venha no "desdobramento".
Paisagem e cultura bastante frequente nestas terras, estas "bodegas" estão inteiramente enterradas no solo, para melhor conservarem o produto que têm lá dentro: - O Vinho!

Junto a uma mercearia onde um respeitável sr. nos indicou o caminho mais correcto para o Alcayde do pueblo, já que era tal cidadão que possuía a chave do Albergue.




Junto a uma mercearia onde um respeitável sr. nos indicou o caminho mais correcto para o Alcayde do pueblo, já que era tal cidadão que possuía a chave do Albergue.
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