sexta-feira, 30 de abril de 2010

Prospecção aos novos albergues do Caminho Português

Algumas fotos desses albergues e dos outros já existentes, assim como um ou outro motivo de interesse:

Ainda antes do começo da Prospecção própriamente dita, quando subia da ribeira do Porto para S.Bento, deparei com uma fonte pela qual já passei noutras ocasiões, mas que desta vez me chamou a atenção de uma forma mais explicita. Logo agora que ia encetar um Caminho.
Vista do lado contrário da rua, mais ao longe, e com olhos de Peregrino, percebe-se que tal boca de água é associada ao caminho de Santiago por motivos óbvios.


Este é o primeiro albergue que podemos encontrar no caminho português por Barcelos. Está situado em São Pedro de Rates. Nunca lá fiquei "abrigado", mas dá para perceber que já não é novo. Situa-se a cerca de 36 km da Sé do porto, e para chegar até ele passamos essencialmente por zonas urbanas, em que o alcatrão e empedrado de estradas secundárias são o piso reinante.



Igreja de S.Pedro de Rates.


Câmara municipal de Barcelos.
Por aqui, pela cidade que empresta um dos ex-libris a Portugal, além de "galos" também podemos "abrigarmos-nos" nos Bombeiros Voluntários da cidade ou em duas pensões que o turismo local recomenda. Por aqui já estamos perto dos 55 km percorridos após a saída do Porto.


Um dos vários painéis informativos que podemos encontrar ao longo do caminho.



Este Albergue é novinho em folha.
Quando por lá carimbei, tinha inaugurado à poucos dias. Ainda não tinha atingido as duas dezenas de peregrinos alojados.
Esta possibilidade de alojamento apresenta todas as condições de conforto que um Peregrino pode requerer. Está situada a 10 km´s de Barcelos e a perto de 65 do Porto.



Ponte romana de ponte de Lima.
Ao fundo da passagem, o edifício a vermelho é o albergue da localidade. Também ele com poucos meses de utilização, mas com uma grande condicionante. A entrada está proibida após as dez horas da noite, e depois de fechada a porta não mais se poderá entrar para dormir. O contributo Peregrino ascende a 5 euros.
Como alternativa, existe do lado de cá da ponte, a Pousada da Juventude, que para além de não ter a restrição horária, ainda oferece muito mais condições e um vasto pequeno-almoço. Tudo pela módica quantia de 12 euros, à qual podemos descontar 10% se apresentarmos a respectiva credencial.



Esta bela foto é representativa de uma das "avenidas" ribeirinhas que se estendem ao longo do rio Lima




Serra da Labruja.
Daqui, e depois de passada a maior dificuldade à progressão nesta Peregrinação (pelo menos do lado português), temos o albergue de Rubiães, mais 17 km após Ponte de Lima.
Se somarmos outros 19 km, encontramos o albergue de Valença do Minho. Último abrigo disponibilizado em solo Português.


Link para todas as Fotos no Picasa :


BOA PEREGRINAÇÃO!!!


...BOM CAMINHO...


GR


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lista de ALBERGUES do Caminho Português...

... Por Barcelos...

Talvez por este ano ser um ano Xacobeu (o dia do Santo - 25 de Julho, coincide com um domingo), o que para muitos não quererá dizer quase nada, mas para os Peregrinos mais fieis representa muito, isto porque não voltará a repetir-se senão daqui a onze anos, esperam-se mais de 250 mil Peregrinos a Santiago de Compostela.
Como será de calcular, muitos desses escolheram o(s) Caminho(s) Português e as suas várias versões para chegar à praça do Obradoro e à sua Catedral.
Na prospecção que fiz recentemente, no contacto com os Peregrinos que já por lá se deslocam, fiquei a perceber que a alternativa Portuguesa e especialmente a de Barcelos vão ser muito usadas. Exactamente por representarem uma das que possivelmente terá menos procura, na perfeita avalanche que será esta primavera/verão.
Também por lá consultei alguns panfletos que nos informam mais detalhadamente dos albergues e suas caracteristicas, com especial atenção para as novas possibilidades de alojamento.
Existem, desde há pouco, mais dois albergues no "braço" alternativo de Barcelos (este ano, mais divulgado). Assim são os casos do Albergue de Tamel (São Pedro de Fins) e de Ponte de Lima.


Este "desdobrável" faz parte da informação oficial, distribuída com a credencial em plena Sé do Porto.

A outra face do mesmo panfleto.


Os albergues do lado português, aos quais tem que se somar o de Tamel (São Pedro de Fins), já referido.



Os albergues do lado espanhol, onde a oferta é superior, mas onde a procura é multiplicada por muitos.
GR

terça-feira, 27 de abril de 2010

GR 22 Novas fotos e alguns LINKs importantes

Mais algumas fotos :
Uma subida difícil até ao alto do Castelo de Monsanto.

No ponto mais alto do castelo de Monsanto. Vistas longas e belas


A saída para o último dia em Ald de Sta Margarida


Já de volta a Castelo Novo, a festejar o feito. Estão todos de parabéns.

Vários Links :

http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/ (Página oficial das Aldeias Históricas)

http://www.bttazeitao.net/Aldeias_Historicas/Aldeias_Historicas_2009_GR22_Expedicao.html (um bom relato de umas gentes de Azeitão)

http://btthal-gr22.blogspot.com/ (outro bom relato de BTTHAL)

http://www.cm-idanhanova.pt/turismo/pdf/Gr22.pdf (file informativo C.M.Idanha-a-Nova)

http://www.a2z-adventures.com/#3_25 (A2z volta organizada)


TRACK'S GPS no WIKILOC:

traçado completo:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828491

Por dias:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828608
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828611
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828613
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828620
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828622
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828621
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828628
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828629
Variante de Sortelha http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=828626

Outras opções:
By Nandinho http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=137647
By Cadima http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=693967
By Tiago Lima http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=234141

Todas as FOTOS no PICASA :

Máquina do César Nunes
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqDoCesarNunes#

Máquina do César (últimos dias)
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqDoCesarNunesDias67E8#

Máquina do Galvão
Dia 0
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia0#
Dia 1
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia1#
Dia 2
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia2#
Dia 3
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia3#
Dia 4
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia4#
Dia 5
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia5#
Dia 6
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia6#
Dia 7
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia7#
Dia 8
http://picasaweb.google.com/bikeperegrinos/GR22MaqGalvaoDia8#

GR

quinta-feira, 22 de abril de 2010

GR 22 Fotos Dia 8 - Castelo Novo e regresso

Foi com enorme descontracção que iniciámos os cerca de 25 km´s que nos afastavam de Castelo Novo, nosso ponto de partida uma semana antes.
Com a nítida sensação de "dever" cumprido, não só pelas contrariedades que tínhamos dobrado até então, como pelo facto de já termos passado por mais de cinquenta povoações, que compõem esta Grande Rota, onde se incluem muitas das Aldeias Históricas da região Beirã.
Para nós os dois (Cláudio Proença e eu) este pequeno troço, que imaginávamos de antemão não constituir grande obstáculo, era como a cereja no topo do bolo.
Infelizmente, e em jeito de conclusão, para esta GR 22 ter sido perfeita, só faltou mesmo a presença do César até final. Ainda apanhámos um susto com a sua lesão mas tudo acabou em bem. Mesmo um pouco condicionado, ainda se divertiu à grande e foi um cicerone de cinco estrelas.
Tirei esta foto para ironizar com as situações mil que tivemos, em que a água foi "madrasta". De mim, Guarda-Rios, não se poderia esperar outra coisa. Agora mais a frio, confesso-vos que tanta água e seus derivados (Lama, Rios, Ribeiros, chuva, Humidade e Neve... ah, esquecia-me do suor), chegou a fartar um pouco. Mas é como sempre, depois da tempestade vem a bonança. Passadas as "dores" chega a Glória, e a nossa estava à distância de duas aldeias.
Em resumo: - Já não havia ribeiro que nos demovesse!


Os motivos de regozijo eram mais que muitos. Estes poucos quilómetros até ao reencontro com a viatura de apoio em castelo Nova (regresso à casa partida, desta vez sem receber os 2 mil escudos...lol), souberam a volta de consagração. Como glorificação máxima tínhamos a presença de uma testemunha deste evento, a Serra da Estrela, que, bem visível nestes últimos passos, nos fazia recordar o que por lá passámos e a decisão de continuar a pedalar depois de Lagoa Comprida, no que foi um esforço quase sobre-humano, em que tivemos que vencer o frio; a neve; a chuva; o vento; a lama; o acumulado de subida; a desertificação; a falta de visibilidade; etc, etc... Agora, vista daqui, ao longe, tal Serra coberta de neve, era por nós associada a um bolo coberto de chantilly, onde imaginávamos a cereja no seu cume.


Já mesmo à chegada a C. N. pudemos vislumbrar, agora com outra calma, o ponto de cruzamento das diferentes vertentes da GR 22, local onde nos enganámos no primeiro dia, quando queríamos ter seguido a travessia por Monsanto, e fomos antes para Piodão. Agora, na análise Á-Posteriorí, posso concluir que foi melhor assim. Não só porque já está, e porque foi assim que a conseguimos fazer, como porque tenho a sensação de que se tivéssemos deixado as etapas mais complicadas para o final, nos tínhamos dado mal...OU NÃO!!!!!...LOL...



Ei-lo de NOVO, o CASTELO de origem. A esta hora já lá iam as últimas aldeias deste périplo. A saber: - Orca; Póvoa da Atalaia e Atalaia do campo (terra de Fernando Namora)



Já na viagem de regresso fomos presenteados com uma ideia magnifica da parte da Família Nunes; O almoço seria em Constância. Terra onde o "nosso" Zêzere converge em definitivo com o Tejo. Foi nesta vila do distrito de Santarém que almoçámos. Bem à beira do segundo maior rio exclusivamente português, juntos às suas águas, que por aqui desaguam passados 200 km´s de linha em que converge com muitas das ribeiras que uns dias antes nos tinham criado tantos entraves.


Ei-lo, depois daquela última curva, bem lá ao fundo, temos o TEJO.
- Toda esta jornada de BTT, a ida e o regresso, FORAM UM AUTÊNTICO BANHO DE CULTURA PORTUGUESA! - IMPERDÍVEL!!!

Tal projecto não teria sido exequível sem a participação do grande GURU dos Caminhos e Caminhadas. No terreno, em cima da bina, ou como background no apoio e conhecimento, a sua presença é sinónimo de segurança e tranquilidade.
Um grande OBRIGADO ao MR. COOL!!! (lol)



Já em relação ao pai do Mr. Cool, não me ocorrem as palavras suficientes para agradecer a entrega e paciência que teve para com estes "jovens" meio loucos. Em qualquer situação por nós criada, mesmos as mais descabidas, houve sempre uma palavra de apoio e grande companheirismo.
Sem a sua entrega e sabedoria não teríamos chegado a BOM PORTO!!!
COM O TI ABEL AO LEME NÃO HÁ LIMITES OU FRONTEIRAS, É MESMO PARA IR AO FIM DO MUNDO!!!

Quanto ao Cláudio, colega de tantos quilómetros e "sacrifícios", apenas me apraz acrescentar o seguinte:
- Depois desta...
... É o que se quiser!
...É AMIGO, É AMIGOOOO....
P.S.- Onde é que é a próxima?!?
GR

quarta-feira, 21 de abril de 2010

GR 22 Fotos Dia 7 - Sabugal / Monsanto / Ad Sta Margarida

Entrámos na ponta final deste grande trajecto, que, tal como mo tinham descrito, é, a par da Algarviana (com as devidas diferenças) um dos mais belos roteiros turistico / BTTisticos que já fiz.

obviamente que ainda me falta conhecer mais de 99% dos trilhos deste país, mas como rota minimamente delineada e atravessando tantos e tão distintos pontos de interesse é realmente um itinerário a ter em conta.

Estávamos portanto no início do dia em que esperávamos poder fazer tantos quilómetros quanto possível, com o intuito de recuperar alguns, dos que tínhamos em atraso , e tentar concluir o trajecto na integra. Realmente seria uma lástima, chegados aqui, depois do que tivemos que transpor, e não conseguir fechar a GR 22. Foi determinados e imbuídos de um espírito guerreiro que saímos para a etapa. O céu, neste dia 3 de Abril e mais uma vez, não estava nada convidativo, a chuva aliás estava à nossa espera do lado de fora da Auto-Caravana. A sensação de desconforto e molha já a tínhamos sentido durante mais uma noite em que não ouvimos outra coisa que não a água a cair incessantemente.
Não nos restava mais do que esperar o fim do aguaceiro e seguir...
...Assim foi...


Antes de chegarmos a esta bela figura que se vê em cima, já teríamos percorrido bem perto de 50 km´s desta etapa, que, por marcação logística do GR terminaria em Monsanto (monte ao fundo). Estávamos portanto em bom andamento, e salvo algum atraso inesperado poderíamos fazer bem mais do que os 70 km propostos até Monsanto. Desde que deixámos o Sabugal fizemos quase na totalidade descidas. Foi assim que atingimos Meimão e Meimoa (local escolhido para a primeira assistência e abastecimento deste dia). Pelo meio, e durante vários quilómetros, contornámos a Barragem de Meimoa, e passámos pelas Aldeias do Bispo e de João Pires.


... já com quase 60 km´s feitos, encetámos a subida diabólica até ao alto de Monsanto (sim, fizemos questão de ir mesmo até ao cume do castelo, a mais de 800 mt de altitude). Mais ou menos a meio da subida, já depois de passarmos a Aldeia de Relva, surge-nos este ex libris da região. Estas enormes pedras "gémeas" que abraçam a estrada, estão mesmo a pedir uma foto de ocasião. Logo, foi isso que fizemos.



Quanto mais subíamos mais a vista se ia transformando, passando a ver-se uma grande parte da Beira Baixa e de Espanha.



Não foi fácil a escalada, mas quando um homem quer... lol...
Quando cheguei ao fim da escarpa, numa coincidência brutal, encontrei os nossos dois Amigos, que entretanto já tinham subido desde Relva, onde tinham deixado a viatura. Foi curioso este encontro. A partir daqui, subimos os metros que nos faltavam até ao cume juntos e de bicicletas em punho



Vista de Relva desde o alto do castelo de Monsanto (intitulada em tempos a aldeia mais portuguesa de Portugal)



Sensação de missão "quase" cumprida, é o sentimento que se apodera das nossas mentes quando chegamos ao alto da escarpa.


A descida, para complicar ainda um pouco mais as coisas, foi feita pela calçada romana. Apesar de muito acidentada, e por ir atrás do Cláudio, consegui fazê-la quase na integra. Quando chegámos à capela que existe mais ou menos a meio do caminho, encontrámos um jornalista da RTP, que costuma fazer os comentários da Volta a Portugal na companhia do Grande Marco Chagas.



Usámos uns fabulosos singles e marcações novas para poder chegar em grande velocidade a Idanha-a-Velha. Para mim, tal aldeia histórica era uma completa novidade. Aproveitámos o dia ainda estar bem levantado e o facto de termos reencontrado o César e a nossa "comitiva" para fazer uma visita mais demorada a esta vila exemplar. Com o seu forno e lagar comunitários e algumas relíquias restauradas. Muito bem conseguido e de elevado interesse cultural.
Aqui na foto, vemos o Cláudio a descansar um pouco no velho Pelourinho, num dos largos com uma igreja.



Mais uns magníficos traçados, quase sempre com um índice de dificuldade diminuto. Era mesmo para curtir. O maior esforço já lá ia. Combinámos então que avançaríamos até termos luz do sol e pararíamos tão perto quanto possível de Castelo Novo, de forma a deixarmos poucos quilómetros para a manhã de Domingo de Páscoa



Sempre com a presença da água e da lama, às quais já nos tínhamos habituado à muito.



Conseguimos ainda passar a terra com o nome do Sr. Proença, onde comemos uma bifana, e avançar até à aldeia de Sta Margarida, onde acabámos por encostar as máquinas. Já tínhamos feito 100 km´s, com muitas visitas turísticas à mistura, e um banho de cultura. Era hora de repousar e esperar pacientemente pelo dia seguinte para completar os cerca de 25/30 quilómetros que nos ficaram a faltar.
GR


domingo, 18 de abril de 2010

GR 22 Fotos Dia 6 - Almeida / Sabugal

Foi tão difícil começar este dia 2 de Abril que só há fotografias decentes a partir de Castelo Mendo. Com a "ressaca" a apoderar-se das cabeças e o cansaço das pernas, a progressão fazia-se ao ritmo possível. Ainda por cima esta etapa tem um perfil enganador, pois é bastante dura.

Começa-se logo por descer até ao Côa, para depois subir para Ansul e Leomil. Depois, volta-se às descidas. Primeiro Castelo Mendo e em seguida, vertiginosamente para mais um cruzamento com o Côa (Rio mais vezes por nós cruzado). Só que esse atravessar do rio deu-nos muito mais problemas do que os esperados...

...Vejamos...



Castelo Mendo é realmente muito interessante. Um pouco à imagem de Sortelha, já por mim conhecida de outras "aventuras". Tudo muito bem organizado e conservado. Foi por lá que se deu o primeiro encontro com os nossos Amigos. De lá, seguimos ribanceira abaixo em direcção ao Côa e a uma suposta ponte romana, que devido ao caudal de tal afluente do Douro, não estava sequer à vista destes "Peregrinos". Tivemos que seguir o rio outra vez em direcção a Norte à procura de uma possibilidade para o transpor. Refiro por curiosidade que esta linha de água, que nasce perto de Sabugal (nosso objectivo para o dia em questão), desagua em Vila nova de Foz _____. Segue portanto o seu caminho, de Sul para Norte, o que o torna diferente da grande maioria dos outros rios portugueses, e, facto evidente aos nossos olhos... Torna-o curioso e estranho ao mesmo tempo.

A sua cota era de tal maneira elevada que fez com que as margens tivessem transbordado completamente o leito habitual. Tornava-se quase impossível circular perto dele, quanto mais atravessá-lo.
Foi descalços que fizemos uma boa parte do trajecto ao longo da água, no fundo tentando desesperadamente procurar por uma forma de o cruzar.


Assim dá para ter uma ideia da sua força. O caudal galgava os açudes com tanta energia que se puséssemos os pés dentro de água íamos ter a Trás os Montes num ápice. Foi portanto sem a ajuda do GPS, e um pouco á deriva, que fomos procurando pelos trilhos agrícolas que serviram outrora pequenas aldeia agora completamente desertas. Ao fundo, no nosso horizonte, a única passagem que vislumbrávamos era a da A25 (esta não nos servia).
- Mas tínhamos que continuar a tentar, não havia mesmo outra hipótese...


Acabámos por "O" passar já bem perto de Castelo Bom, tendo desta forma andado para trás uns bons quilómetros. voltaríamos a pegar com o trilho original da GR 22 em Freineda estação.
Serve a seguinte recomendação para os aventureiros de inverno: - Quem se aventurar a fazer esta "Rota das Aldeias Históricas" nos meses das chuvas, vai ter várias passagens como esta que acabei de relatar. Por tal trajecto ter sido marcado durante o verão, não estão contempladas alternativas a tais dificuldades.
No fundo, torna a aventura ainda mais emocionante, com Oribtt e tudo. Com este desvio, acabámos por passar em Castelo Bom, povoação não contemplada no roteiro original.


Aqui, já íamos a caminho de Aldeia da Ribeira, novo ponto de encontro com o nosso apoio, por termos andado bastante tempo à "deriva" e por não conseguirmos comunicar com os nossos Amigos, já que a rede telefónica era inexistente em boa parte desta GR.
Serve também esta imagem para demonstrar o cruzamento frequente que temos com amimais de pasto que por esta altura têm realmente muito o que comer (está tudo verde).
Ao chegarmos a Aldeia da ribeira, onde o César e o Ti Abel nos esperavam com uma fome desalmada e com um almocinho "espectáculo", comprado no único restaurante da aldeia, numa sexta-feira Santa em que o forte na aldeia foram os enterros, fizemos um bom compasso de espera para nos fazermos de nova à "estrada". Os nossos organismos ainda não tinham recuperado por completo a forma, depois de uma noite bem passada, mas, muito mal/pouco dormida. Como diria o César: - Dormi dentro de um Fórmula 1
...lol...
Com alguma coragem lá nos decidimos voltar às lides, começando desde logo por passar um rio com um nome enquadrado: - Cesarão.


Adoptámos a táctica das aldeias. Passo a explicar: - Cada aldeia /vila que conseguíamos atingir, reuníamos as tropas e tomávamos uma decisão acerca da continuação da progressão. Foi assim que conseguimos chegar ao nosso objectivo para esse dia, passando por terras de grande desenvolvimento, como foram: Rebolosa e Alfaiates (que por sinal também tem um cariz histórico muito interessante, como vemos na pequena amostra da foto).



O dia ia caindo mas as paisagens e tonalidades sobressaiam ainda mais. Passámos em diversos sítios meio encantados, como este bosque.
Já com o anoitecer bem presente atingimos a bela e desenvolvida cidade do Sabugal, local escolhido para essa pernoita.



...Só para abrir o "apetite", uma foto do seu Castelo...
Mais um dia em que não tínhamos conseguido ganhar vantagem à "decalage" que trazíamos referente às etapas previstas na Grande Rota. Faltavam-nos agora duas etapas, mas já só dispúnhamos de uma jornada inteira. Como, apesar de maioritariamente a descer, tais traçados contemplavam mais de 130 km´s, começávamos a pôr a hipótese de usar uma pequena parte da manhã de domingo, dia escolhido para o regresso a Lisboa. No fundo, a "coisa" estava controlada, e apesar das grandes contrariedades por que tínhamos passado, o concluir de tal "Projecto", não estava de todo posto de parte.
- Siga para b...
GR


sábado, 17 de abril de 2010

GR 22 Fotos Dia 5 - Juizo / Almeida

Dia primeiro do mês das mentiras (para o caso, nem nos lembrámos de tal efeméride)
Mas de verdades posso-vos falar...

...O Portugal, aquele das tradições (que já não são) ...Afinal ainda existe. Tivemos em Juizo um "banho" de cultura campesina em que o amanhecer foi um grande exemplo. Por termos pernoitado no pequeno largo do chafariz, onde ninguém nos via, exceptuando uma sra. velhinha e simpática, daquelas que veste de preto e preto e que nos informou que cafés só nas aldeias seguintes (fomos à procura e mesmo esses estavam fechados), como dizia, com a alvorada fomos percebendo que, para as poucas gentes da aldeia estávamos a ser uma fonte de recreio e surpresa... Ainda hoje se deve comentar por tal recanto que esteve por lá uma Auto Caravana estacionada.




Não nos fizemos aos trilhos sem que fossemos ultrapassados por um veiculo de tracção animal.
- ESPECTÁCULO!!!


De juizo em diante, depois de uma ligeira subida, logo iniciámos a descida até outro ribeiro completamente descontrolado e fora do leito. Por estas paragens não há açude que aguente a força das águas, nem curso de água que não tenha que ser transposto sem uma banhoca fluvial. Ainda para mais, logo pela alvorada, não é de todo apetecível encharcar os "Piezes", já que a sensação para o resto do dia tornar-se-ia muito desagradável. Já basta quando o São Pedro não colabora e a alternativa é inexistente. Por sorte, nem estava a ser o caso. - O dia apresentava-se muito risonho.
Podem até desconfiar, mas esta imagem foi muito comum e a nós já nem nos afectava.
- É para ir ao banho, 'tão bora lá!


Enquanto eu, quando deparava-mos com tais dificuldades, nem hesitava. Tirava as botas, meias e peneiras, pendurava tudo no camelback e fazia-me à água com um sorriso (amarelo) nos beiços, o amigo Cláudio tentava sempre ir mais além, qual milagre de caminhar sobre as águas. Só que como todos sabemos, "Atleta" só houve um e era carpinteiro.
Com alguma engenho mas principalmente ginástica, fui apanhando SR. Proença nestas figuras ao longo dos muitos ribeiros por que passávamos. Neste, como será de comprovação fácil, a "coisa" não estava a correr bem. Então... O que fomos fizemos? - Fui-me pondo entre as pedras do
açude, fazendo de ponte para que o "trapezista" fosse passando. ...Bem! Um fartote!



Durante esta manhã, que apesar das peripécias estava a correr muito bem, tínhamos como objectivo, o encontro com os nossos comparsas de viagem, em Figueira de Castelo Rodrigo, ponto de viragem a Sul nesta GR, para quem como nós, a fez no sentido dos ponteiros do relógio, estávamos agora mais perto da capital de distrito da Beira alta; Guarda.
Por entre dificuldades, embora mais ligeiras do que as que tínhamos ultrapassado nos primeiros dias, fomos evoluindo até passarmos o Côa.
A imagem das encostas rochosas rasgadas pela estrada, típica da região, é muy bela.

Fomos bem lá abaixo. Em cima da ponte estávamos a menos de trezentos metros, e até Castelo Rodrigo, voltaríamos a subir para além dos oitocentos por duas vezes. Ainda tínhamos que pedalar muito até ao almoço.

Esta foto da marca numa oliveira, serve para perceber em que estado estão as marcações efectuadas com muita pompa e circunstância em 1998, mas que hoje em dia mal se vêm. Como todos sabemos as cascas das árvores vão-se transformando, as vegetações vão crescendo e mesmo algumas pedras, por acção do homem ou outra, movem-se. É assim que muitas vezes somos surpreendidos pela presença de uma marca, em vez de ser o contrário, pela falta delas. Mesmo os postes de madeira que foram colocados, estão em muitos casos, deitados ou incógnitos.
Há inclusive situações em que os proprietários dos terrenos se apoderaram de alguns dos carneiros propostos pela organização da GR 22 para expandir as suas culturas... Ou não...
De lés-a-lés também damos conta de algumas cancelas para bloqueio do gado, seja ele caprino, bovino ou ovino. Tais ocorrências fazem lembrar alguns Caminhos de Santiago. Este acontecimento surpreendeu o Cláudio, assim como as linhas electrificadas das cercas, que o deixaram perplexo. Além de já me terem sido "apresentadas", já com elas tive encontros do 10º grau... Por lá apanhei valentes esticões. - Acreditem ou não!

Como curiosidade posso salientar, que em algumas povoações voltámos a encontrar marcas fieis e muitas vezes novas, que, não cheguei a perceber se são responsabilidade das autoridades encarregues pela conservação das grandes rotas, ou executadas por simples populares preocupados.

Chegados à bifurcação entre Castelo Rodrigo e Figueira de Castelo Rodrigo... E agora, onde é que combinámos. Confesso que fiquei surpreendido, pois não sabia que o Castelo e a vila estavam tão distantes. - Nada que um telefonema não resolvesse.
Como corolário do nosso esforço, fomos presenteados com um almoço espectacular: - Um peixinho cozido com todos (era mesmo o que estava a apetecer e mais do que isso, era o que o meu organismo requeria).


- Belas as vistas; Muitas as nuvens. O ideal para andar de Bicicleta.
Depois do almoço frugal fizemos-nos à íngreme subida para o Castelo, de onde se tem uma visão privilegiada sobre a Beira Alta. É que, em Castelo Rodrigo atingimos o ponto mais a Norte desta GR 22, daqui para a frente é só tomar agulhas para Sul. Nesta primeira fase; Sudeste, até fazermos uma tangente com a linha fronteiriça.



Mesmo em frente ao castelo por nós visitado, surgem-nos as célebres amendoeiras (agora em flor), que para além da surpreendente beleza, nos trazem à memória algumas lendas de Reis e rainhas...Hi, hi, hi.



Mais água, muita água. Depois do almoço continuámos a tornear as dificuldades aquosas e outras. Muitos desses obstáculos fazem com que tenhamos que usar a imaginação para os transpor. Normalmente usávamos itinerários alternativos, tendo inclusive que fazer pequenas invasões (pacificas) a terrenos particulares e a quintas, muitas abandonadas.



Já depois de Vale de Coelha, e movidos pela curiosidade, procurámos a fronteira com a vizinha Espanha, para aí poder tirar umas fotos que comprovassem a nossa passagem "alegórica" para a outra margem.
Muitas vezes seca, a ribeira que define a raia estava agora muito viva. Felizmente, para os mais patrióticos..lol.
Claro que aproveitámos uma pequeníssima ponte/açude, para passar para o lado de lá (só mesmo para...).



Até Almeida, surpreendente vila fortificada, é quase exclusivamente estrada.
Nesta estratégica povoação, ao que sei de construção Filipina, tivemos das passagens mais alegres e preenchidas. Estávamos na Quinta-feira Santa e já se adivinhavam as festividades que iriam ocorrer.



Mais uma vez, íamos-nos livrando da chuva.... Era tal qual disse (aqui "à-trazado"), o período das grandes dificuldades, climatéricas ou geográficas já tinha sido ultrapassado em grande parte.
Nesta etapa não conseguimos recuperar algum do tempo que trazíamos em atraso, mas tal intuito ficaria guardado para os dias seguintes.
Por hoje além de termos tido muitas contrariedades com as linhas de água, tínhamos um grande jogo de futebol para ver; Benfica -Liverpool. Ainda para mais, e por prospecção feita atempadamente pelo Ti Abel, Fomos ver o jogo ao restaurante " a Tertúlia", onde saboreámos uma magnifica "posta". - PALAVRAS PARA K???

Por aqui, na Ginjinha do Sr. Francisco, iniciou-se mais uma ronda de degustação pelos famosos licores da região (conhecem licor de amora...hum), que só terminou lá para as cinco da manhã.
- Como este espaço (respeitável) destina-se aos relatos ciclisticos deixo ao critério dos mais curiosos o visionamento de tal REPORTAGEM do "descalabro"...lol.
- O pior foi pela alvorada, para voltar ao pedal....


As Máquinas já nem focavam! lol
Depois é que foi do bom e do bonito...
...Mas afinal o que é a vida sem estes momentos....HUM???
Depois do Bar "o Paiol"... A GR 22...
...Segue dentro de momentos...


GR