Foi um dia com muito menos incidências do que o anterior. Saímos de Salamanca bem cedo, já com o pequeno almoço tomado e a merenda arranjada, é que por ser domingo, não iríamos encontrar quase nada aberto, pelo menos até Zamora. Esta sim, uma cidade grande em que parámos para um retemperador descanso e para fazer contas ao dia e ao percurso assim como arranjar alguns males de que padeciam as máquinas. Depois de Zamora pouco andámos até Montamarta, onde sabíamos existir um albergue. Deve ter sido dos alojamentos para peregrinos mais descuidados que até hoje apanhei. apesar de não ter o calor do de Mérida, este, ainda era menos salubre.
Andámos quase 90 km's entre os 600 e os 900 mt de altitude, numa jornada que se quedou como uma das mais fáceis no que ao acumulado diz respeito: - Menos de 600 mt
TRACK E ALTIMETRIAS DESTE DIA EM WIKILOC :
http://www.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=512357
Os primeiros quilómetros não apresentaram grandes dificuldades, foi mesmo uma questão de ir rolando
Até deu tempo para alguns momentos artísticos.
Depois de passado o meio do nosso percurso, estávamos a aproximar rapidamente da divisão dos caminhos, quando cruzasse-mos o Rio Tera pela primeira vez, teríamos que escolher entre a continuação da Via de la Plata até Astorga, ou ligar-mos ao Caminho Sanabrês por Ourense, que nos levaria até Santiago.
Antes de Zamora, quando nos encontrámos com uns domingueiros da terra e trocávamos conversas... Psssssss..... mais um furo! OK, gostámos muito deste momento, podem seguir que a nossa caravana pára aqui.
Curioso este monumento à peregrinação que encontrámos antes de Zamora. Construído por alturas de um importante congresso da matéria, realizado na cidade.
A bicicleta é que devia querer deitar-se. Porque ficou muito perto de cair para o poço, que faz parte deste espaço de memória.
Para se ter uma ideia geral da "coisa". Vê-mos aqui o Ricardo a contemplar o "triptico de menires", principal estrutura deste acto artístico, onde estavam escritos dizeres de um homem muito importante para os Caminhos de Santiago, nomeadamente para a Via de la Plata. A sua influência em castilla/Leon pelos caminhos, traduzia-se na criação de uma Fundação com o seu nome, responsável pela marcação e conservação dos trilhos por onde se movem os Peregrinos. Nome sempre presente enquanto atravessamos esta região do norte de Espanha Fundacion Ramos de Castro.
A entrada em Zamora é quase tão bonita como a de Lisboa (vindo de sul pela ponte 25 de Abril). O espelho formado pelas águas do Douro, onde se projecta a cidade reflectida é realmente bastante belo.
3 portugueses em homenagem ao primeiro português. Em Zamora existe um monumento a D. Afonso Henriques, que relembra o tratado de criação do condado Portucalense. De resto e por indicação na estrada soubemos que estávamos muito próximos de Tordesillas.
Zamora tem pormenores bastante curiosos.
Chegou a minha vez de substituir algo na bicicleta. Estava a ver que não.
A deformação era tal que o pneu deixou de passar na estrutura do bagageiro. Mesmo assim ainda andei dia e meio com tal "barriga". Estava a ver se rebentava, mas nada...
O material não é de ferro. Apesar de recentemente remendados, os alforges recomeçavam a rasgar-se pelo peso e fricção a que estão sujeitos. É que desta vez abusei, levava mais de doze quilos, só nos alforges. onde fazia incluir o PC e todos os acessórios. Mais tarde a coisa tornou-se impossível, até que acabou por rasgar por completo. Mas já lá vamos.
Outro pormenor curioso que foi fotografado enquanto nos deliciávamos com uns bolinhos que tinha comprado numa Padaria típica em Zamora, ao mesmo tempo que analisava-mos os mapas e listas de albergues que nos tinham dado num posto de turismo, foi "Os dentes do pateta" Cognome dado aos pitons das botas de Ciclismo pelo César, depois de eu ter montado tais auxiliares de progressão em montanha nos meus "pés". Dariam um jeito que nem imaginam daí para a frente.
TODAS AS FOTOS DO DIA EM PICASA :
GR (GPS)
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