quarta-feira, 2 de outubro de 2013

CAMINHO TORRES A SANTIAGO DE COMPOSTELA (SALAMANCA-CUIDAD RODRIGO-PINHEL-SERNANCELHE-LAMEGO-AMARANTE-BRAGA-VALENÇA-SANTIAGO)


O excelente BLOG que apresenta este Caminho, tem uma pequena e simples frase introdutória, que diz muito deste trajecto; - "De Salamanca a Santiago por Portugal".
A mim, quem mos apresentou - Caminho e Blog - foi um ilustre Peregrino e Amigo, habitué das lides Jacobinas e companheiro de outras jornadas. - Um Abraço... E um da Serra...para ele! 
- Já agora, um Grande Obrigado a ti, Miguel Sampaio!

Tendo na minha posse a informação e algum tempo disponível, fiz uma primeira abordagem a este "novo" Caminho de Santiago, em finais de Março deste ano. - Para os mais atentos, fácil será recordar que estávamos em plena época de chuvas quase diluvianas, logo o meu progresso no Caminho, desde Salamanca - a muito custo - não passou de  Cuidad Rodrigo.
Tornava-se portanto imperioso, voltar a Espanha e tentar concluir este - posso dizê-lo agora - esplendoroso Caminho de Santiago.

Desde que o finalizei, e no contacto com os inúmeros peregrinos com que me tenho cruzado, tenho feito por divulgá-lo. - Não digo que seja este o Caminho por onde um novo peregrino, se deva iniciar, principalmente pela logística, ainda em desenvolvimento, mas para quem - como eu - já calcorreou muitos dos outros, torna-se uma opção muito agradável, dando-nos uma perspectiva muito abrangente do Norte de Portugal, cruzando várias regiões tão distintas entre si, como: - A Beira Alta, Beira Interior, Douro Litoral (pouco), Trás-os-Montes (pouco) e o Minho. Isto é claro, somado às províncias espanholas de Salamanca (Castilla Leon), Pontevedra e A Coruña (Galiza).
Estes cerca de 600 quilómetros dão-nos a conhecer uma imensidade de localidades de interesse elevado, algumas delas, onde eu nunca tinha sequer estado. 
Começando em Espanha, em Salamanca, onde se inicia este périplo, passamos depois em Cuidad Rodrigo, antes de dar entrada em Portugal via Aldea del Obispo, depois já em território nacional cruzamos Almeida, Pinhel, Trancoso, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Lamego, Peso da Régua, Mesão Frio, Amarante, Lixa, Trofa, Guimarães, Braga (comum com o Caminho Português por Braga), Ponte de Lima (Caminho Português) e Valença. A reentrada em Espanha dá-se via Tui, seguindo os nossos já conhecidos; - Porriño (agora com uma opção interior, fora da Carretera 550), Redondela, Pontevedra, Caldas de Reis, Padron, Chegando finalmente a Santiago de Compostela.

Dando uma vista de olhos atenta ao Blog do Caminho, ficamos com uma ideia bastante completa de tudo o que necessitamos, para o fazer, seja em Bicicleta ou a pé. 
Para se ter uma ideia das raízes e fundamento do trajecto, aqui colo um LINK com a história do seu mentor; - Don Diego de Torres.


REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRAJECTO, E ALTIMETRIA:









Ainda em Castilla Leon, atravessando este longo planalto que nos transporta até Portugal.
Algures perto de Cuidad Rodrigo, a cerca de 850 mt de altitude, circulando pela fresca, enquanto o calor não apertava. 
Neste Caminho tentei começar as jornadas tão cedo quanto possível - Cheguei a sair às 6,30h - e dias houve em que a partir das 13,30h tornava-se completamente impossível ter o corpo ao Sol.




...Já em território português, onde diga-se, o Caminho está relativamente bem marcado. 
Às vezes até demais...




Chegada a Trancoso. 
Lembro-me que aqui o calor já era insuportável. De tal maneira que fiz uma longa pausa, à espera que o calor amainasse, por forma a chegar a Sernancelhe, meu objectivo para esse dia.
Neste Caminho temos muitas antigas calçadas romanas, umas mais conservadas do que as outras, mas todas elas de progressão difícil. As que rodeiam Trancoso são muito técnicas.




...A percentagem de território ardido nas imediações de Sernancelhe é uma coisa indescritível.
Desde o Rio Távora, fronteira natural entre os distritos de Guarda e Viseu, até Sernancelhe, avistei vários focos de incêndio activos, e passei ainda mais área já ardida.




A aproximação a Lamego simboliza também o surgir das paisagens durienses e as respectivas vinhas. 
Em finais de Agosto, à beira das vindimas, essas vistas são ainda mais marcantes.




Muitas vezes, e por ser um Caminho de cariz pedonal, deparam-se-nos estas "pequenas" dificuldades.
Caso especifico é a aproximação ao Peso da Régua e ao vale profundo do Rio Douro, onde por socalcos milenares e muros de propriedades, somos "convidados" a carregar com a bicicleta à mão. 
Assim já tinha acontecido, também por estas bandas, no Caminho Interior Português.




Passado o Peso da Régua e o Rio Douro, temos que fazer toda a ascensão da encosta, passando por Mesão Frio, para poder voltar a sair do grande vale duriense...




...E sermos recebidos pelo - não menos profundo, e quiçá mais técnico - Vale do Tâmega, a caminho de Amarante.
Continuamos assim inseridos no Alto Douro Vinhateiro 




Depois das Beiras (Guarda e Viseu), de Trás-os-Montes (Vila Real), e do Douro Litoral (Porto), já de si tão distintas, eis-nos chegados ao Minho, distrito de Braga, e à cidade fundadora; - Guimarães. 
O Castelo mantém uma enorme imponência.




Por mim passada noutras aventuras, já não me lembrava da dureza desta ascensão à Falperra.
O calor não ajudava.... E Braga estava já ali.... Por um canudo...




Depois de Braga acabei por passar em muitas das terras que já tinha visitado quando fiz o meu primeiro Caminho de Santiago. Exactamente o Português por Braga. 
Esta terra de nome peculiar, é uma dessas. 
Aqui fica o registo; - Quem sabe, não esquece...LOL...


... no seguimento de algumas intervenções/comentários que li via facebook, tornou-se imperioso, pelo menos à "vista" da minha consciência, deixar por aqui este pequeno esclarecimento...

João Carlos Galvão ...tive muito gosto em ver o Blog Nezclinas mencionado, e mais gosto tive em fazer o Caminho Torres... Acontece no entanto, e como é do conhecimento dos nossos Amigos Peregrinos, que; - "O Caminho Autêntico é aquele que cada um vai fazendo por dentro. Toda a informação que se encontra no blog mencionado reporta-se somente à maravilhosa aventura que "este" peregrino fez pelos caminhos de Santiago, entre Salamanca e Santiago de Compostela, tendo como guia de rumo, as setas amarelas que sinalizam - e bem - o trajecto, supostamente, seguido por D. Diego Torres. Como este pequeno desvio, agora assinalado para evitar algumas escadas, outros houve - talvez na ordem das dezenas - Para fazer um sem número de outras coisas, tais como: Beber água, uma cerveja, ver uma rua pitoresca, dar um mergulho ou mesmo outras travessuras de descrição impossível. Para que eu fique com a minha consciência totalmente tranquila, e para que não haja equívocos e/ou Mal entendidos de espécie alguma, volto a frisar que este trajecto, por mim registado no blog Nezclinas refere-se somente à minha viagem. Para quem quiser seguir todas as indicações e referências do traçado proposto pelos organizadores deste Caminho Torres deve fazê-lo - Como não me canso de mencionar - directamente do Blog Oficial que para esse fim existe, nomeadamente o: http://caminosantiago.usal.es/torres/

...BEM HAJA...BOM CAMINHO!

GR (João Galvão)


2 comentários:

Carlos disse...

Boa tarde,
Mais uma excelente aventura e mais uma excelente partilha. Estou a pensar fazer este caminho para o ano. Seria possível trocar umas ideias consigo? Obrigado

João Galvão disse...

Boas Carlos,
Realmente este Caminho Torres é um explendor. Eu já não o faço há uns anos, mas poderei tentar ajudar no que for preciso. Relembro no entanto, o blog oficial do Caminho Torres, do qual deixei um link neste post.
Pode contactar-me por mail se quiser: gilgalvao@gmail.com
Cumprimentos,
João Galvão