sábado, 7 de maio de 2011

As Ciclovias não são para os peões, certo?


Sergio disse...

A ciclovia está boa o problema são os peões que persistem em aí circular e "estacionar" apesar de agora terem um passeio de mais de 10m de largura..


...Pois é...

A propósito dum (deste) comentário muito pertinente num dos posts da ciclovia da Duque de Ávila, em que se menciona o facto de os peões andarem insistentemente por cima das ciclovias, mesmo quando têm passeios largos por perto (o que nem sempre é o caso…Mas neste é).

- Realmente esse é um problema que me parece estar a roçar o irresoluto... Será?

...Como eu o constatava em 2009, quando fazia as primeiras reportagens das ciclovias em obras; E aqui colo o link para uma das mensagens onde levantava o problema.
Por lá, eu próprio, ao constatar tal situação dizia:

Digamos que o mais fácil está feito. Quando digo isto não me refiro à obra em si, mas sim ao projecto. Para mim todas estas vias Cicláveis estão (ou deviam estar) integradas num projecto em que, para além de se criarem as vias próprias para se poder circular em bicicleta, deve-se, e este é o ponto crucial, fazer com que as pessoas USEM a Bicicleta nessas vias.

Como dificuldade extra vai certamente surgir (digo-o, porque o tenho comprovado no dia a dia), uma falta de consciencialização, que faz com que os peões (quase todos) usem a Ciclovia para caminhar, não tendo a mínima noção de que tal piso é, no todo, ou pelo menos em parte, para a circulação das Bicicletas.
- Não vai ser fácil! Unir todas as peças deste puzzle complexo. Infra-estruturas, Utilizadores; Condições de uso e Manutenção.

Aguardemos para ver, no que este “jogo” vai dar. Esperando porém, que com o passar do tempo tais Vias Cicláveis não entrem no esquecimento tornando-se mais um empecilho degradado nos passeios desta bela Cidade em que vivemos ou trabalhamos.


Realmente, e passados dois anos, continuamos exactamente na mesma, ou pior, pelo facto de existirem mais ciclovias.

Pessoalmente nunca tive nenhum encontro imediato, e de certa forma tento ser o mais tolerante possível perante a situação, tanto mais que os peões em causa, muitas vezes pedem desculpa, e noutras, até se chegam a assustar de sobremaneira com a presença repentina da minha bicicleta – Que muitas vezes vem acompanhada de cadeira e/ou atrelado.

Cheguei a constatar, em algumas situações nas quais circulava a pé nos passeios adjacentes a ciclovias, que a tendência para nos aproximarmos do tapete vermelho é constante. Logo que tomei consciência desse facto, apesar de nunca me ter cruzado com nenhum ciclista, interiorizei que tinha que melhorar a minha atitude perante essa situação.

Acredito que como eu passei a ter essa postura, evitando pisar a ciclovia quando ando a pé, também esta, venha a ser seguida pela grande maioria de peões indisciplinados com que nos cruzamos.
Tenho constatado, e pelo que já descrevi, que a grande maioria o faz inconscientemente, e que mais tarde ou mais cedo vão corrigir essa postura. - Muitos por certo até já o fizeram.

Claro que os haverá sempre teimosos, e a querer marcar uma posição irredutível, do estilo - “desvia-te tu!”.
Tenho quase como certo, que num futuro a médio prazo, as consciências se vão adaptar a esta realidade indesmentível, mais que isso, irreversível, que é, o avanço nesta ATITUDE; de dar uso ao meio de transporte mais inteligente que possuímos à face do planeta, já de si doente.

Sugiro com isto, que sejamos tolerantes e compreensivos perante estes obstáculos, esperando que o bom senso venha a triunfar em prol da insensatez.

Já pisei ciclovias um pouco por toda a Europa, e realmente este acontecimento é quase inexistente. – Mas, como é que terá sido nos primórdios dessas ciclovias?
Não acredito, que assim do zero, as mentalidades tenham sido educadas para a existência de vias onde só devem circular velocípedes sem motor…

Em Portugal e especificamente em Lisboa, também se dá o caso (…tal não acontece na ciclovia em questão…) de não haver praticamente passeio alternativo à ciclovia. Chegando mesmo a testemunhar, algumas zonas em que nem sequer existem passeios para além destas.

No fundo, e como para além de ciclista urbano, também sou peão, acho que tudo se vai resolver pelo melhor. Vamos esperar pela adaptação das mentes…

…A ver vamos… de forma tolerante.


João Galvão (neste caso, também RA ou GR)

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