domingo, 18 de abril de 2010

GR 22 Fotos Dia 6 - Almeida / Sabugal

Foi tão difícil começar este dia 2 de Abril que só há fotografias decentes a partir de Castelo Mendo. Com a "ressaca" a apoderar-se das cabeças e o cansaço das pernas, a progressão fazia-se ao ritmo possível. Ainda por cima esta etapa tem um perfil enganador, pois é bastante dura.

Começa-se logo por descer até ao Côa, para depois subir para Ansul e Leomil. Depois, volta-se às descidas. Primeiro Castelo Mendo e em seguida, vertiginosamente para mais um cruzamento com o Côa (Rio mais vezes por nós cruzado). Só que esse atravessar do rio deu-nos muito mais problemas do que os esperados...

...Vejamos...



Castelo Mendo é realmente muito interessante. Um pouco à imagem de Sortelha, já por mim conhecida de outras "aventuras". Tudo muito bem organizado e conservado. Foi por lá que se deu o primeiro encontro com os nossos Amigos. De lá, seguimos ribanceira abaixo em direcção ao Côa e a uma suposta ponte romana, que devido ao caudal de tal afluente do Douro, não estava sequer à vista destes "Peregrinos". Tivemos que seguir o rio outra vez em direcção a Norte à procura de uma possibilidade para o transpor. Refiro por curiosidade que esta linha de água, que nasce perto de Sabugal (nosso objectivo para o dia em questão), desagua em Vila nova de Foz _____. Segue portanto o seu caminho, de Sul para Norte, o que o torna diferente da grande maioria dos outros rios portugueses, e, facto evidente aos nossos olhos... Torna-o curioso e estranho ao mesmo tempo.

A sua cota era de tal maneira elevada que fez com que as margens tivessem transbordado completamente o leito habitual. Tornava-se quase impossível circular perto dele, quanto mais atravessá-lo.
Foi descalços que fizemos uma boa parte do trajecto ao longo da água, no fundo tentando desesperadamente procurar por uma forma de o cruzar.


Assim dá para ter uma ideia da sua força. O caudal galgava os açudes com tanta energia que se puséssemos os pés dentro de água íamos ter a Trás os Montes num ápice. Foi portanto sem a ajuda do GPS, e um pouco á deriva, que fomos procurando pelos trilhos agrícolas que serviram outrora pequenas aldeia agora completamente desertas. Ao fundo, no nosso horizonte, a única passagem que vislumbrávamos era a da A25 (esta não nos servia).
- Mas tínhamos que continuar a tentar, não havia mesmo outra hipótese...


Acabámos por "O" passar já bem perto de Castelo Bom, tendo desta forma andado para trás uns bons quilómetros. voltaríamos a pegar com o trilho original da GR 22 em Freineda estação.
Serve a seguinte recomendação para os aventureiros de inverno: - Quem se aventurar a fazer esta "Rota das Aldeias Históricas" nos meses das chuvas, vai ter várias passagens como esta que acabei de relatar. Por tal trajecto ter sido marcado durante o verão, não estão contempladas alternativas a tais dificuldades.
No fundo, torna a aventura ainda mais emocionante, com Oribtt e tudo. Com este desvio, acabámos por passar em Castelo Bom, povoação não contemplada no roteiro original.


Aqui, já íamos a caminho de Aldeia da Ribeira, novo ponto de encontro com o nosso apoio, por termos andado bastante tempo à "deriva" e por não conseguirmos comunicar com os nossos Amigos, já que a rede telefónica era inexistente em boa parte desta GR.
Serve também esta imagem para demonstrar o cruzamento frequente que temos com amimais de pasto que por esta altura têm realmente muito o que comer (está tudo verde).
Ao chegarmos a Aldeia da ribeira, onde o César e o Ti Abel nos esperavam com uma fome desalmada e com um almocinho "espectáculo", comprado no único restaurante da aldeia, numa sexta-feira Santa em que o forte na aldeia foram os enterros, fizemos um bom compasso de espera para nos fazermos de nova à "estrada". Os nossos organismos ainda não tinham recuperado por completo a forma, depois de uma noite bem passada, mas, muito mal/pouco dormida. Como diria o César: - Dormi dentro de um Fórmula 1
...lol...
Com alguma coragem lá nos decidimos voltar às lides, começando desde logo por passar um rio com um nome enquadrado: - Cesarão.


Adoptámos a táctica das aldeias. Passo a explicar: - Cada aldeia /vila que conseguíamos atingir, reuníamos as tropas e tomávamos uma decisão acerca da continuação da progressão. Foi assim que conseguimos chegar ao nosso objectivo para esse dia, passando por terras de grande desenvolvimento, como foram: Rebolosa e Alfaiates (que por sinal também tem um cariz histórico muito interessante, como vemos na pequena amostra da foto).



O dia ia caindo mas as paisagens e tonalidades sobressaiam ainda mais. Passámos em diversos sítios meio encantados, como este bosque.
Já com o anoitecer bem presente atingimos a bela e desenvolvida cidade do Sabugal, local escolhido para essa pernoita.



...Só para abrir o "apetite", uma foto do seu Castelo...
Mais um dia em que não tínhamos conseguido ganhar vantagem à "decalage" que trazíamos referente às etapas previstas na Grande Rota. Faltavam-nos agora duas etapas, mas já só dispúnhamos de uma jornada inteira. Como, apesar de maioritariamente a descer, tais traçados contemplavam mais de 130 km´s, começávamos a pôr a hipótese de usar uma pequena parte da manhã de domingo, dia escolhido para o regresso a Lisboa. No fundo, a "coisa" estava controlada, e apesar das grandes contrariedades por que tínhamos passado, o concluir de tal "Projecto", não estava de todo posto de parte.
- Siga para b...
GR


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