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Durante a nossa viagem foram-se escrevendo umas linhas, descrevendo algumas das ocorrências pelas quais íamos passando. Como forma de registo, para arquivo, aqui deixo esse texto, intitulado "Diário de bordo".
Ano de 2005 / Mês de Agosto
Diário de bordo para Santiago de Compostela
Primeira vez – Caminho português por Braga
Saída do Porto a 8 de Agosto, depois do almoço
Grupo: Eu; Ricardo Rosa; César Nunes e Ana Ernesto; Rogério Martins e Sandra Martins
Peregrinação – Dia 1
Saída do Porto (sé) +/- às 14.30 h. Levantar credencial mais almoço na rua das flores n.º 69.
Lá pelas 16.00 h avanço pelo caminho da dta. até Covelas, +/- 25 km. Chegada às 20.30 h. Hospedagem no albergue (alojamento) café São Gonçalo. Jantar francesinha. Deita às 23.30 h
Lá pelas 16.00 h avanço pelo caminho da dta. até Covelas, +/- 25 km. Chegada às 20.30 h. Hospedagem no albergue (alojamento) café São Gonçalo. Jantar francesinha. Deita às 23.30 h
Peregrinação – Dia 2
Saída às 7.00 h. Trajecto até Braga bastante acidentado, subidas e descidas em trilho até Braga +/- 44 km e não 41 como diz na carta. Almoçámos no rodízio brasileiro c /buffet a 4 euros.
Vamos á procura do caminho porque está incógnito. Começou a chover à saída de Braga, voltámos para trás e fomos para a pousada da juventude. Paguei 5 euros mais 1 euro pelo cartão, fiquei numa camarata para miúdas, mas ficamos lá os 6 numa camarata de 8.
Jantámos na Av. central
Peregrinação – Dia 3
Saída de Braga às 7.10 h. O caminho embora quase todo em trilho não tinha dificuldades de maior, mas mesmo assim eu ia caindo num buraco junto a uma obra, fiquei preso na malhasol. Antes disso, descobri um passmontagne da super bock.
Até Ponte de Lima, onde almoçámos, não há mais acontecimentos a registar. O almoço na “Parisiense” foi composto por: -Rojões e arroz de sarrabulho. Depois de almoço, fui buscar os carimbos na igreja matriz, e seguimos pela ponte velha, onde um homem local e ex peregrino nos contou que ir pela serra da labruja valeria a pena. E assim fizemos. Passei as “passas do Algarve”, das provas mais difíceis da minha vida. Montanhas tão íngremes que a bicicleta mesmo à mão não subia.
Depois de passar os restantes montes e dificuldades com túmulos à mistura, chegámos a Rubiães onde existe um albergue (hotel - o repouso do peregrino) onde a Sra. pediu 15 euros por pessoa, o que nos fez seguir para Valênça do Minho onde encontrámos um albergue novo e com todas as condições que um peregrino requer.
Antes disso tivemos uma dificuldade extra que foi termos que percorrer vários riachos fora do leito o que deixou as bicicletas irreconhecíveis.
Uma das nossas colegas perdeu-se por uns tempos (20 min. +/-).
Jantámos num restaurante, á base de combinados.
Até Ponte de Lima, onde almoçámos, não há mais acontecimentos a registar. O almoço na “Parisiense” foi composto por: -Rojões e arroz de sarrabulho. Depois de almoço, fui buscar os carimbos na igreja matriz, e seguimos pela ponte velha, onde um homem local e ex peregrino nos contou que ir pela serra da labruja valeria a pena. E assim fizemos. Passei as “passas do Algarve”, das provas mais difíceis da minha vida. Montanhas tão íngremes que a bicicleta mesmo à mão não subia.
Depois de passar os restantes montes e dificuldades com túmulos à mistura, chegámos a Rubiães onde existe um albergue (hotel - o repouso do peregrino) onde a Sra. pediu 15 euros por pessoa, o que nos fez seguir para Valênça do Minho onde encontrámos um albergue novo e com todas as condições que um peregrino requer.
Antes disso tivemos uma dificuldade extra que foi termos que percorrer vários riachos fora do leito o que deixou as bicicletas irreconhecíveis.
Uma das nossas colegas perdeu-se por uns tempos (20 min. +/-).
Jantámos num restaurante, á base de combinados.
Peregrinação – Dia 4
Saída às 7.15 h. Passámos por Tuy (ponte velha) tomámos o pequeno-almoço em Tuy, na Av. Principal, que estava divinal, (bocadilho em cacete).
Até Redondela não houve dificuldades de maior. Antes disso almoçámos num parque público, umas "empanadas" que fomos comprar a uma "panederia". Descansámos um pouco, e seguimos.
Depois de Redondela surgem de novo as dificuldades com altas serras, escarpas e riachos com as suas pontes em ruínas (romanas ou não).
Até Pontevedra encontrámos de tudo. Como alguns desses troços bem exigentes, fiz sozinho, tomei consciência do quão difíceis eram, e que estava a passar por grandes dificuldades, as quais nunca tinha sequer visto antes. Algumas dessas dificuldades originaram conversas com o Ricardo Rosa, nas quais concluímos, que o “caminho” é realmente uma prova de vida. A história da “pinha” é uma dessas provas.
Em Pontevedra o albergue já é mesmo a sério. Estava cheio até á porta. Jantámos em frente do albergue por 6 euros (menu do peregrino).
Depois de Redondela paramos em Arcade, que tem uma bela praia fluvial onde tomámos um grande banho e lavámos a vista com umas belas “gallegas”.
Peregrinação – Dia 5
(Dia em que o Ricardo Rosa descobriu mais uma coisa à qual se afeiçoa. - Saltar das pontes, ficar em pé e com a bicicleta direita mas de pernas para o ar)
Saímos às 7.45 h do albergue de Pontevedra porque era muito grande e confuso. Mesmo assim podíamos ter demorado mais se não tivéssemos sido os primeiros a acordar. Antes de deixarmos o albergue chegamos a pensar que tínhamos que esperar pelo regente do albergue, porque o César deixou os ténis dentro de um guarda-vento na entrada, que ficou fechado durante a noite. Mas o Ricardo com a minha ajuda conseguiu abrir a porta do corta-vento sem estragar nada.
Seguimos, não sem antes termos tirado uma foto à porta da estação de caminhos de ferro de Pontevedra para oferecermos ao Kikas, que incentivou a nossa viagem e que tinha com Pontevedra uma ligação forte (nasceu lá o pai). – Acabo de ser interrompido pela novidade do Ricardo, ao dizer que o livro que ele pensa escrever sobre o caminho se vai chamar “ Saudinha da boa “. - Acho muito bem...
Continuámos em direcção a Padron. Com o avançar da jornada as dificuldades tornam-se cada vez menos surpreendentes, mas mesmo assim, apanhámos duas ou três subidas tipo parede, com cascalho pequeno tipo comboio.
Ah! É verdade. O Ricardo caiu numa pequena ponte de pedra.
Chegámos a Padron tratámos de comer, escolhemos a “pulperia rial” (altamente conceituada) onde comemos os famosos “pimentos de padron” - “uns pican outros non”, “pulpo a la gallega”, etc, etc. - A propósito, o vinho era muito bom.
Depois do almoço uns foram tratar dos carimbos, outros descansaram um pouco no muro ao longo do rio. Eu fui a um “taller” para ver se arranjava a minha direcção que já estalava há muito tempo.
Conversámos sobre o resto da viagem e concluímos que faltados 22 km, dos quais muitos eram a subir, deveríamos ir até Teo (último albergue) antes de chegarmos a Santiago. Foi uma boa decisão porque ficámos só a 12 km de Santiago e assim chegaríamos a tempo da missa no dia seguinte. O albergue era fixe, e foi a noite em que dormi melhor. Quando chegámos, estava lá uma peregrina sozinha, a Ruth (austríaca), não foi uma comissão de boas vindas mas também não era antipática. Fomos jantar perto e falámos de várias coisas interessantes.
Peregrinação – Dia 6 (a chegada), e a partida para chaves.
Desta vez acordámos às 6.30 h, mas saímos à mesma hora que no dia anterior. O percurso restante embora pequeno não é fácil, quase sempre a subir, passámos por um grande fogo já circunscrito que tínhamos visto no dia anterior a ser apagado a um ritmo alucinante por um helicóptero (...tal qual como no nosso pais...). Andámos cerca de uma hora e fomos tomar o “desayuno” numa vila perto de Santiago. A partir daí, a aproximação a Santiago foi feita em conjunto.
Quando estávamos a passar junto do hotel “hispéria peregrino”, que tinha sido o pouso do Ballet Gulbenkian quando cá esteve (comigo incluído), cruzamo-nos com a Ruth, que tinha saído do albergue às 5.30 h, mas a pé.
Quando subíamos a avenida que leva ao centro da cidade velha, saltou a corrente ao 18 (Ricardo), em mais um sinal do J. C., já que até aí, e apesar de várias peripécias, nunca tal lhe tinha acontecido.
Quando chegámos à Catedral, fomos tirar fotos para a praça central, a do Obradoro (km 0), onde eu disse aos meus colegas de Peregrinação, que eles tinham sido o grupo prefeito para aquela viagem, “do meu ponto de vista”.
Depois fomos tratar da compostelana, o que durou quase duas horas de filas, perdemos a missa do meio-dia, dedicada ao peregrino. Limitámo-nos a entrar na Catedral antes de irmos almoçar (a fome apertava).
Ficou claro para mim, que tenho que ir a Santiago de Compostela com a minha mãe num destes dias.
Comemos na Casa Manolo, o menu peregrino. Depois do almoço fomos para a estação de comboios, o Ricardo tinha o comboio às 16.30 h, e eu tinha que mudar a roda da frente com o César (o cubo da frente estava a gripar). Quando estávamos a mudar a roda, apareceram os outros do grupo, que eram para ficar em Santiago, dizendo que também queriam regressar ao Porto, (onde estavam estacionados os carros, mais propriamente em Rio Tinto). Foram comprar os bilhetes, e eu despedi-me deles e fiz-me à estrada às 16.10 h.
Tinha por objectivo chegar a Lalin, 53 km mais à frente, porque tinha um albergue. Mas apesar das subidas, (uma até aos 820 m de altitude), fui até 25 km de Ourense, onde dormi num pequeno hotel de estrada, tentando assim diminuir o percurso do dia seguinte.
Nessa noite, depois de averiguar da disponibilidade de quartos, fui tomar um banho e arrumar as minhas coisas, ao que se seguiu um repasto digno de alguém com muita fome, a ver a supertaça de Espanha.
No dia seguinte, sai de noite, lá pelas 7.30 h e desci até Ourense, e daí até Verin e Chaves. Com grandes subidas na parte final de Espanha, mas sempre por estrada.
Fui dando notícias à malta e acabei por chegar a Chaves perto das 14.00 h, hora portuguesa (uma hora mais do que em Espanha). Mas a tempo de chegar antes do que a minha família, que tinha saído de Lisboa pela manhã, e com a qual tinha combinado encontrar-me em Chaves.
Isto 135 km e 6 horas e meia depois, a mais de 24 km/h de média, com cerca de 12 kg de carga distribuídos por dois alforges traseiros, um saco-cama enrolado com o colchão, uma tenda que não usámos e uma bolsa de cintura.
Saímos às 7.45 h do albergue de Pontevedra porque era muito grande e confuso. Mesmo assim podíamos ter demorado mais se não tivéssemos sido os primeiros a acordar. Antes de deixarmos o albergue chegamos a pensar que tínhamos que esperar pelo regente do albergue, porque o César deixou os ténis dentro de um guarda-vento na entrada, que ficou fechado durante a noite. Mas o Ricardo com a minha ajuda conseguiu abrir a porta do corta-vento sem estragar nada.
Seguimos, não sem antes termos tirado uma foto à porta da estação de caminhos de ferro de Pontevedra para oferecermos ao Kikas, que incentivou a nossa viagem e que tinha com Pontevedra uma ligação forte (nasceu lá o pai). – Acabo de ser interrompido pela novidade do Ricardo, ao dizer que o livro que ele pensa escrever sobre o caminho se vai chamar “ Saudinha da boa “. - Acho muito bem...
Continuámos em direcção a Padron. Com o avançar da jornada as dificuldades tornam-se cada vez menos surpreendentes, mas mesmo assim, apanhámos duas ou três subidas tipo parede, com cascalho pequeno tipo comboio.
Ah! É verdade. O Ricardo caiu numa pequena ponte de pedra.
Chegámos a Padron tratámos de comer, escolhemos a “pulperia rial” (altamente conceituada) onde comemos os famosos “pimentos de padron” - “uns pican outros non”, “pulpo a la gallega”, etc, etc. - A propósito, o vinho era muito bom.
Depois do almoço uns foram tratar dos carimbos, outros descansaram um pouco no muro ao longo do rio. Eu fui a um “taller” para ver se arranjava a minha direcção que já estalava há muito tempo.
Conversámos sobre o resto da viagem e concluímos que faltados 22 km, dos quais muitos eram a subir, deveríamos ir até Teo (último albergue) antes de chegarmos a Santiago. Foi uma boa decisão porque ficámos só a 12 km de Santiago e assim chegaríamos a tempo da missa no dia seguinte. O albergue era fixe, e foi a noite em que dormi melhor. Quando chegámos, estava lá uma peregrina sozinha, a Ruth (austríaca), não foi uma comissão de boas vindas mas também não era antipática. Fomos jantar perto e falámos de várias coisas interessantes.
Peregrinação – Dia 6 (a chegada), e a partida para chaves.
Desta vez acordámos às 6.30 h, mas saímos à mesma hora que no dia anterior. O percurso restante embora pequeno não é fácil, quase sempre a subir, passámos por um grande fogo já circunscrito que tínhamos visto no dia anterior a ser apagado a um ritmo alucinante por um helicóptero (...tal qual como no nosso pais...). Andámos cerca de uma hora e fomos tomar o “desayuno” numa vila perto de Santiago. A partir daí, a aproximação a Santiago foi feita em conjunto.
Quando estávamos a passar junto do hotel “hispéria peregrino”, que tinha sido o pouso do Ballet Gulbenkian quando cá esteve (comigo incluído), cruzamo-nos com a Ruth, que tinha saído do albergue às 5.30 h, mas a pé.
Quando subíamos a avenida que leva ao centro da cidade velha, saltou a corrente ao 18 (Ricardo), em mais um sinal do J. C., já que até aí, e apesar de várias peripécias, nunca tal lhe tinha acontecido.
Quando chegámos à Catedral, fomos tirar fotos para a praça central, a do Obradoro (km 0), onde eu disse aos meus colegas de Peregrinação, que eles tinham sido o grupo prefeito para aquela viagem, “do meu ponto de vista”.
Depois fomos tratar da compostelana, o que durou quase duas horas de filas, perdemos a missa do meio-dia, dedicada ao peregrino. Limitámo-nos a entrar na Catedral antes de irmos almoçar (a fome apertava).
Ficou claro para mim, que tenho que ir a Santiago de Compostela com a minha mãe num destes dias.
Comemos na Casa Manolo, o menu peregrino. Depois do almoço fomos para a estação de comboios, o Ricardo tinha o comboio às 16.30 h, e eu tinha que mudar a roda da frente com o César (o cubo da frente estava a gripar). Quando estávamos a mudar a roda, apareceram os outros do grupo, que eram para ficar em Santiago, dizendo que também queriam regressar ao Porto, (onde estavam estacionados os carros, mais propriamente em Rio Tinto). Foram comprar os bilhetes, e eu despedi-me deles e fiz-me à estrada às 16.10 h.
Tinha por objectivo chegar a Lalin, 53 km mais à frente, porque tinha um albergue. Mas apesar das subidas, (uma até aos 820 m de altitude), fui até 25 km de Ourense, onde dormi num pequeno hotel de estrada, tentando assim diminuir o percurso do dia seguinte.
Nessa noite, depois de averiguar da disponibilidade de quartos, fui tomar um banho e arrumar as minhas coisas, ao que se seguiu um repasto digno de alguém com muita fome, a ver a supertaça de Espanha.
No dia seguinte, sai de noite, lá pelas 7.30 h e desci até Ourense, e daí até Verin e Chaves. Com grandes subidas na parte final de Espanha, mas sempre por estrada.
Fui dando notícias à malta e acabei por chegar a Chaves perto das 14.00 h, hora portuguesa (uma hora mais do que em Espanha). Mas a tempo de chegar antes do que a minha família, que tinha saído de Lisboa pela manhã, e com a qual tinha combinado encontrar-me em Chaves.
Isto 135 km e 6 horas e meia depois, a mais de 24 km/h de média, com cerca de 12 kg de carga distribuídos por dois alforges traseiros, um saco-cama enrolado com o colchão, uma tenda que não usámos e uma bolsa de cintura.
Por esta altura ainda não era Guarda Rios
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