terça-feira, 2 de junho de 2009

O intruso - A breve história da visita a Fátima de 30 Maio 2009

Após uma combinação falhada no fim do Verão passado por motivos de força maior, tão grande que até parti o pulso, lá chegou a altura de concretizar uma volta, há muito desejosa para alguns e sempre apetecível para outro, para mim mais precisamente.
E após confirmação dos participantes (Rafael, Rui, Carlos, Miguel, Luís e múá) a reserva da dormida foi feita, desta vez em Alcanena, pois o complexo de Olhos de água estava lotado para a noite de 30 de Maio. Sem problemas, uma vez que o desvio era curto e apesar de um pouco mais caro as condições também são outras, (o complexo está dividido em camaratas e a IS é colectiva).
Combinado com um mês de antecedência, falámos em dois ou três pontos, pedi aos famosos guarda-rios e limpa-matas que emprestassem os suportes de selim, combinámos um almoço (sim porque tudo tem que ter um motivo e se não houver arranja-se) e entreguei ao Rafael (desta vez sem almoço) para distribuir pela malta os 4 suportes que se angariou, ficando em falta 1 que se resolveu facilmente. Como o filho Miguel levou o Pai Luís (ou foi o contrário?) o Miguel acartou com as coisas do Pai, afinal para que servem tantos anos a criá-los?
Sábado dia 30 de Maio, às 7h30m em Alpriate. Lá estavam todos, ainda antes do horário marcado, tal era a ansiedade, só com um pequeno atraso da minha parte de cerca de 2 minutos. Descarreguei a minha preocupação que o comboio de regresso provavelmente seria o das 19h54 e não das 17h54, conforme aconteceu em 2007, que o gde limpa-matas confirmou no dia anterior com todos os detalhes e precisão, e sem grandes preocupações lá arrancamos por volta das 7h46m31s.
A primeira parte do percurso até à central termoeléctrica do carregado foi feito pelo caminho conhecido, com uma variante a seguir a Vila Franca que na vez de seguirmos a estada nacional até ao Lidl, fomos por um atalho que nos manteve a nascente da linha do comboio e que descobrimos num passeio de Domingo no mês de Abril. E lá continuámos até à primeira dificuldade que nos obrigou a transpor a vedação contígua à linha do Quim e atravessar uma ponte encostado à linha para voltar a transpor a vedação e seguir caminho. Como esse caminho foi um pouco à descoberta, voltou a acontecer um pouco mais à frente. Sem grande stress e com muito boa disposição pelo meio chegámos às lezírias de Santarém onde de forma a cumprir o caminho original passámos por uma caminho muito pouco utilizado por humanos e cheio de gatos, que o diga o Miguel que ficou com as pernas depiladas (exagero, lol) e cheia de pulgas a julgar pela comichão com que ficámos (mais exagero).
Desembocámos junto à quinta do Alqueidão, local onde degustámos em 2007 um belo repasto e que perdurou umas 2h31m34s. Como ainda era cedo, cerca dos 10h42m23s seguimos caminho com a intenção de almoçarmos em Santarém. Uma refeição ligeira, tipo bifana...falava-se. Com o Grande Luís (o cota) a puxar pela malta, chegámos a Santarém por volta do meio-dia e fomos então procurar a tal tasca. “É mesmo aqui”, disse alguém e todos concordaram. Tem sítio para guardar as burras e tudo…o ideal. Lá entrámos e escolhemos: 4 nacos de touro com arroz e ervilhas, 1 entrecosto com arroz de feijão e 1 pernil. Nada mau, para quem queria uma sandocha. Regado com alguma cerveja, vinho, sumos e água, no fim lá tivemos que fazer o brinde da praxe com um shot de ginjinha. Como o pessoal não queria abusar, vai mais um shot. Se não fizéssemos uma viagem de bicicleta com 40 graus à sombra era num copo de galão.
É verdade, tal como em 2007, o termómetro do meu tablier marcava temperaturas na ordem dos 40,2 graus.
À saída de Santarém e na bifurcação do caminho de 2007 com o actual, avistámos um parque de merendas com umas belas sombrinhas e decidimos descansar um pouco, dado o calor excessivo e a barriga pesada. Mais uma atestadela aos bidões, já sem conta, e lá seguimos por um caminho desta vez virgem para todos.
Começou, na minha opinião a parte mais interessante e bela do percurso, com grande variedade de paisagem e o sobe e desce permanente sem dificuldades de maior.
Uma ou duas paragens para comprar petróleo ( a lamparina estava a apagar-se) e fruta literalmente da boa, à medida que nos aproximávamos dos Olhos d´água só pensávamos no mergulho que iríamos dar. E bem dito bem feito, chegados ao local foi vê-los tirar as t-shirts e vai de embute lá para dentro…. Espectáculo!!! Ainda molhadinhos, montámos as burras e pusemos a caminho para Alcanena que ficava a pouco mais de 6.450m e alguns centímetros. A pensão não estava bem assinalada no GPS, mas lá demos com ela, após reconhecimento do Rafael que tinha passado por lá alguns dias antes.
Destacou-se nesse dia, o cota Luís, que recebeu o prémio de montanha, o sprinter, a camisola amarela, o camisola verde, a azul, a dos quadradinhos, a rosa, enfim todos os reconhecimentos que são atribuídos aos ciclistas, conforme realçou o Rafael (prémio rookie, não por ser o mais novo, mas o que precisou de mais mimos (lol)).
Entrámos com as bicicletas pelo café Planeta adentro, oleamos as gargantas e subimos para os quartos tomar o banhinho e perfumar o corpo para o merecido jantar.
No nascer do sol já o galo tinha cantado uma dezena de vezes, as suficientes para o Rui adorar almoçar um arrozinho de cabidela. Às 7h30m já estávamos a tomar o pequeno almoço, numa pastelaria local.
Entretanto e a caminho do percurso traçado em Google Earth , que nos iria levar a Monsanto, avistámos uma placa do caminho que seguimos e ainda bem que o fizemos, não apenas por termos encurtado caminho, mas porque o que iríamos tomar era por estrada e pouco interessante ao invés deste. Fomos dar ao campo de tiro local, que tem um magnífico miradouro, tirámos umas fotos e continuámos para o meu troço favorito (treta). Um avisador indicava que BTT seguia pela estrada, mas nós homens com “S” maiúsculo, desafiámos a natureza e como Jesus quando carregou a cruz às costas, nós fizemos o mesmo com as nossas bikes e subimos a encosta com cerca de 981,89m mais Quilómetro menos Quilómetro. “Um verdadeiro martírio”, diziam uns, “mandem-me um murro a próxima vez que eu falar em Fátima”, diziam outros, “embora lá rapaziada” incentivavam outros. Certo é que chegámos lá acima com uma história para contar.
E como o sacrifício tem sempre beneficio, fizemos uma single track simplesmente espectacular, que nos faz querer fazer esta volta para o ano, que acaba em Minde.
Ainda deliciados com a descida avistámos um grupo de bttistas organizados pelos Maníacos do pedal, com quem nos cruzámos no café do mercado e que se encontravam a fazer a mesma volta que nós, com um itinerário ligeiramente diferente.
Preparámos a subida com muita concentração e afinco e lá transpusemos a famosa serra de Minde. A partir daí e até Fátima realça-se a vista de um moinho privado que visitámos e um furo que o Luís teve mesmo à chegada, mas sendo lento, encheu-se e toca a arrufar. Mais uma paragem técnica à chegada a Fátima e fomos ter com a Família do Carlos e do Luís, com quem almoçamos no Cantinho de S.Valentim (restaurante de família).
Entretanto e como nos despachámos cedo, eu, o Rui e o Rafael fomos para a estação de Fátima, que fica a qualquer coisa como 26.245m, tentar apanhar o Quim das 17h54m, feito conseguido, com a presença do Miguel que estava à nossa espera na estação, a família deixou-o lá. Saímos em Alverca e por volta das 20h30m estava em casa, fresquinhos que nem uma alface.

Ficámos todos satisfeitos, tudo correu bem, sem acidentes e incidentes e penso que estamos todos desejosos de repetir a façanha no próximo ano, dessa vez com os que por isto ou por aquilo queriam, mas não puderam nos acompanhar. Oportunamente, serão registadas fotos, tendo sido já divulgado o track, peraí traque????

Saudinha

José Alexandre Silva, o compadri

TODAS AS FOTOS NO PICASA : http://picasaweb.google.pt/josealexss/Fatima30maio2009?feat=directlink

4 comentários:

João Galvão e Ricardo Rosa disse...

Tá decidido!!
O meu COMPADRI vai fazer a Via de la PLATA para escrever os comentário por mim (nós)…
Aquilo é que está um espectáculo!!! Esses comentários… ainda fiquei com mais pena de não estar presente….rrrrrr
Faça o favor de mandar este link para toda a gente, para se roerem de inveja desta voltinha. Principalmente para os que não levantam o CUiso do sofá…lOL
Estou ansioso por ver essas fotos!!!

Zebroclinas disse...

Antes demais, quero dizer que se fosse comigo, essa falha de 1m 46s na partida teria sido penalizada com meia dúzia de brindes à chegada.
Depois acho que no almoço do primeiro dia teria passado uma barrigada de fome,e já agora o que é isso de perfumar o corpinho hum hum?
Vái mas é tabalhaaar!... escusas de estar para aí a vangloriar hum hum... fizeste um passeiozinho da treta e já pensas que é o maior, havias de ir connosco, se a tua mãe deixar claro está, isso é que é fazer algo de util pela sociedade.
Quero mandar um abraço a todos sem excepção, mesmo sem conhecer o pessoal,e dizer que tenho pena de não ter almoçado convosco éh éh éh.

Rafael disse...

pois é pessoal, passeio 5* mas o titulo inicial "Ida a Fátima pelos caminhos de Fátima" não sera o mais correcto, eu diria "rota das tascas em direcção a Fátima", mas como isso não interessa nada e o que importa é que foram 2 dias muito bem passados e com malta do melhor, talvez (quase de certeza) para o ano lá estarei...

um grande abraço
Rafa

Jabas disse...

ao nés infelizmente não vou dizer que sim, porque desta vez a minha mãe não vai deixar ir de certeza absoluta. Agora ao Zebroclinas mandar abraços ao pessoal que não conhece e dizer que tem pena de não ter almoçado com o pessoal...vê-se mesmo que estás de dieta, que já estás a entrar em desespero e que queres juntar a pessoal que não sabe que estás de dieta para não teres ninguém a repreender-te (lol).
O Rafa ainda não recuperou, pois para quem disse para lhe dar um murro quando falasse em Fátima, estar a dizer talvez, quase de certeza, ainda deve estar a sofrer do "Pedal-lag" (inventei agora mesmo). Abraço