Demagogia verosímil [o estado da situa(na)ção]

Um pouco inconsequentemente, aliás como quase tudo neste “sistemático” país dos “jobs for the boys”, encontrámos as obras das anunciadas pistas de velocípedes, que este ano por ser de eleições, avançam desenfreadamente.

Desculpem-me o espírito cáustico, mas o contrário seria pura coincidência. Todo o rigor, louvável por sinal, com que vi os agentes da autoridade autuar os automobilistas que estavam estacionados em cima das ditas pistas, situação “perfeitamente normal” até então (diga-se de passagem), não foi o mesmo que aplicaram até aqui.
Se for para manter, já não está aqui quem denegriu.

Não duvidamos que as obras são para ser levadas a sério. As empreitadas avançam a bom ritmo. Não tenho dados para confirmar se estão nos prazos e dentro dos orçamentos anunciados, mas, e na sua maioria, as novas vias já se desenham por entre os seus limites, faltando na sua maioria, a pavimentação final.

O nosso "repórter" concluiu pelas voltas que efectuou em cima do seu meio de transporte privilegiado, pelas zonas de obra que estão nos Limites da sua área de abrangência, que já há um notório trabalho executado, e que desse labor, brevemente se poderão extrair frutos.

Mas tal conclusão levanta-nos uma questão. Talvez a que resulta como a mais pertinente, que é: - Quão grande é o passo, que dista entre o cortar das fitas e a consciencialização das populações para o usufruto correcto e de pleno direito destas vias?

AH POIS É!
- Será que os policias que vi multar os carros nas vias cicláveis, terão a mesma atitude depois das eleições? – Será que o carro escova que vi passar numas das novas artérias (pronta à mais de um mês), o fará com a mesma periodicidade? Esperamos realmente que sim!

Para que as mentes da população alfacinha mudem de verdade, será preciso muito mais do que isso. Como este país, e especialmente esta cidade vive ao sabor das modas, pode ser que a “coisa” pegue. Pelo menos para dar valor (a legitimidade já a têm), às entidades governantes que de boa fé, disso não duvido, querem difundir o uso de um meio transporte mais ecológico e inteligente, proporcionando algumas formas de com ele poder transitar.

Para que a Demagogia seja totalmente verosímil falta muita mão-de-obra por concluir. E principalmente, fazer a ligação dos diversos troços que avistámos mas que de forma desligada se formam como ilhas perdidas na cidade. Por exemplo, o bocado de pista que se desenrola em frente ao Cemitério de Carnide (também ele envolto em polémica), vai ligar onde e como, a que outro? Esta questão, aliada a tantas outras poderá vir a ter uma resposta a breve trecho. Estarei cá para ver. E especialmente para UTILIZAR!

Esta é a Base, a UTILIZAÇÃO que as “gentes” lhes vão dar. Aguardemos que a moda pegue, e que não seja pela força da crise, mas sim pela “força da vontade”. Pela parte que nos toca tudo temos feito para incutir e divulgar tal forma de BEM-ESTAR na vida.

Será assim tão difícil pôr os Lisboetas a andar de Bicicleta? Porque será que toda a Europa central e do norte o faz incondicionalmente? Relevos; Inclinações; Colinas; Frio; Chuva, esses, quem os tem não somos nós. Mas sim os outros.

“OPEN YOUR MIND!”

Nomes das pistas:
- Quinta da Granja (Monsanto Mata S. Domingos, Fonte nova, Colégio Militar, Carnide)
- Poço dos Mouros (Cemitério de Carnide, Telheiras, Campo Grande, Entre Campos)
- Entrada Norte (Jardim Policia municipal de Campolide, Serafina, Pupilos, Pina Manique)

Futuramente outras pistas estarão prontas.

"O Repórter Astigmático"