sábado, 15 de maio de 2010

Caminho Português a Santiago ALTERNATIVO (Porto - Ponte de Lima. Para ligação a Valença, pelo Caminho Português)


OUTROS POSTS ASSOCIADOS:

(Ligação costeira entre a Sé de Lisboa, Sé do Porto e Caminho Português em Ponte de Lima)

(Seguindo as setas amarelas desde a Sé do Porto até à Catedral de Santiago de Compostela)


O Post original:




TRAÇADO ALTERNATIVO AO CAMINHO DE SANTIAGO Ponte de Lima – Porto

Foi por ter conhecimento da existência de uma Ecovia no Rio Lima e por possuir um track que atempadamente tinha retirado no Wikiloc, que alimentei o meu interesse em regressar da prospecção que fiz ao CAMINHO PORTUGUÊS pela vertente da costa desse mesmo Caminho.
Como depois de Darque, povoado à beira Lima situado na margem esquerda em frente a Viana do Castelo, tal track seguia pela N13 (já aqui REFERIDA) em direcção ao Porto, decidi então fazer eu, um possível caminho de Progressão até Santiago de Compostela. Foi assim, tão próximo da costa quanto possível, e dei-lhe um nome: - “A VER ÁGUA”. Salpiquei-o com uns pequenos troços do Caminho Português por Esposende e apimentei-o com muita marcação própria.

À custa de dezenas de interpelações a populares, consegui construir este magnifico traçado, à beira de água plantado. Além de passar em reservas (Mindelo) e parques (Porto), tem como denominador comum a presença da água. Com execução preferencial nos períodos de Primavera ou Outono, para fugir aos rigores do inverno que sobem as cotas pluviais, por um lado, e para fintar as grandes aglomerações de veraneantes que cruzam as passadeiras de madeira, muitas vezes usadas por este traçado, por outro.

Esta marcação atravessa diversos povoados como são os casos do já referido Darque; Esposende; Póvoa de Varzim; Vila do Conde e Matosinhos.

Pensando em tal traçado de forma invertida, desde o Porto até Ponte de Lima, temos aqui uma bela ligação à (não esquecida) ROTA DOS CASTELOS, de forma a evoluir em direcção Santiago por uma alternativa inexplorada. Apesar dos cerca de 110 km’s, poderá dividir-se tal opção em partes, pernoitando em Esposende ou mesmo em Viana do Castelo, bastando para isso passar a ponte de Eiffel.


ALGUMAS FOTOS DA VIAGEM :

Perto de Castelo do Neiva, foi onde comecei a fazer alguns troços do caminho de Santiago (versão da costa), mas acabei por abandonar essa ideia, por querer ir mais chegado ao mar do que o traçado referido.

Foi já em Esposende que passei o Rio Cavado. Por aqui ainda tocava os Caminhos marcados, de lés a lés. Por não haver outra alternativa à passagem do rio por estas bandas, o cruzamento era inevitável. Mas depois das belas praias da região, não mais hesitei em procurar a brisa marítima até ao Porto.

Já na Póvoa de Varzim, deu-se um "encontro imediato do 3º grau". Foi à beira do estádio do Varzim que conheci um verdadeiro viajante (Eu às vezes ainda me julgo um aventureiro. - Qual quê!?!). Este rapaz da Polónia que já fez provas do Iron man e outras coisas do mesmo radicalismo, tem vindo a fazer a travessia da Europa desde há dois anos a esta parte, tendo já passado por 28 países e percorrido muitos milhares de quilómetros. Chama-se Maciej (lê-se qualquer coisa como magik), e vale a pena dar uma vista de olhos ao seu SITIO na Internet.

Todo o contorno de Vila do Conde é de se lhe tirar o chapéu. Além das vistas ainda há muitos motivos de interesse. Depois de passar a ponte sobre o Ave, e quando me dirigia para a zona das praias em busca de passagem, encontrei uns aficionados das lides BTTisticas que me ajudaram a fazer o roteiro em direcção a Sul, sempre com o mar presente, mas passando inclusive por um parque em Mindelo.



Por aqui já andava há muito a explorar as passadeiras sobre as dunas e arribas que todo o Norte costeiro tem aos montes. A nível de construções de passadiços para o uso de peões e bicicletas, entre Espinho e Vila do Conde estão construídos algumas dezenas de quilómetros, tornando este passeio um cruzar constante de praias e vistas. Logo a seguir a esta passagem, e depois de chegar a uma pequena capela na duna, temos que passear por cima da areia da praia por uns vinte ou trinta metros, para poder ligar as duas pontas da passadeira.




Esta imagem é uma constante. Achei por isso imprescindível, dar essa noção, com uma foto em que se "sinta" somente a Bike e o mar.



Mais uma passadeira. E mais um ponto de interesse. Aqui já estávamos à beira da Zona de refinarias da petrogal.



Mais uma de muitas construções que proliferam por aqui. Daqui a muito pouco, os distritos do Porto e de Braga, terão todas as suas praias ligadas por passagens como esta.



Já em Leixões, dei uso a esta ponte basculante sobre o porto, para poder continuar em busca da zona costeira.




Todo o "calçadão" de Matosinhos, onde as pessoas realmente vão fazer o seu exercício e passear (estávamos num dia de semana), aproveitando as excelentes condições que lhes proporcionam. Ao fundo, a escultura a encarnado também é muito interessante.



Já no Porto dei uso ao Parque da Cidade para poder atravessar até à Avenida da Boavista e fazer a ligação à Sé do Porto. Fica assim completa a possibilidade de se usar este trajecto como alternativa viável aos Caminhos de Santiago. Usando a parte costeira que marquei na Rota dos Castelos que desde Espinho, não mais larga as passadeiras sobre as praias, pode-se fazer quase cento e cinquenta quilómetros em "cima" do mar.
Para uma próxima oportunidade ficará a tentativa de ligar Lisboa a Espinho por Caminhos deste estilo (junto ao Mar), e mais a norte, fazer o mesmo desde La Guardia (depois do ferry em Caminha) até Padron, para se poder completar todo o Caminho Português costeiro, usando para isso alguns dos tracks e marcações que fiz anteriormente.
GR

1 comentário:

Miguel K2 Sampaio disse...

Olá Carissimo Confrade João

Muito me contas pelos Caminhos, mas sabes, julga-se ter existido nos tempos idos um Caminho que se designava de Caminho das Areias que era precisamente pelas areias das praias do norte. Por curiosidade até no Cabedelo antes de atravessar a ponte para Viana existe uma Capela que se chama Capela da Nª Srªdas Areias.