Depois de chegados a Salir, já a conversa vai alta. Por aqui fala-se essencialmente de BTT, do percurso e da experiência de cada um. Esta mescla de Desportistas oriundos de vários quadrantes e vectores, com idades e ideologias distintas, convergem todos para um único propósito. Por aqui fala-se, vive-se e respira-se BTT em particular ,e, “Bicicletas” em geral.
Estou com imensa pena de ter que abortar a minha Via Algarviana em Silves. Dava tudo para poder continuar com este convívio, acompanhado por esta real Selecção de “cromos” da Bike.
Mas, e por compromissos outrora assumidos, vou ter que voltar para Lisboa, para abraçar outra aventura bem motivante. Não só pela companhia, como pelo percurso em si. Desta vez vou fazer a “minha” Rota dos Castelos. Quatro dias para fazer 380 km´s de puro btt em divertimento, com passagem obrigatória em alguns dos ícones da gastronomia nacional, desde Torres Vedras até á Sé do Porto.
Voltando à “Aventura” que nos trás por aqui. Digo-vos que, - Isto está cada vez melhor.
Pela manhã, todos acordados pelo nosso Amigo Amândio, desde logo ficámos contagiados PELA BOA DISPOSIÇÃO. Pequeno-almoço organizado pela mesma sra. que nos deu jantar, começou perto das sete da manhã. Seguiu-se algum convívio e o arrumar das “tralhas”. Para alguns, lubrificou-se as Bikes, enquanto esperávamos pela carrinha da Mega sport (pontual como sempre).
A saída previamente combinada para as 8,30 h foi ligeiramente antecipada em dez minutos pela grande vontade de pedalar e pelo algum frio que se fazia sentir em Vaqueiros.
Como os “avisos” à grande dificuldade do percurso foram mais que muitos, todos (…ou quase todos) estávamos alertados. Para comprovar a dureza da etapa, fomos sujeitos a cerca de 15 km´s de predominante subida que contemplou quase oitocentos metros de acumulado. Para aquecimento não foi mau, não senhor!
As paisagens continuam belas e as povoações parcas. Casas Baixas; Cachoupas; Feiteiras; Parises e por fim, Barranco do Velho.
O esforço, muito! Como seria de esperar os grupos vão-se definindo consoante as capacidades físicas de cada um e eventualmente as amizades, e, factor de veras importante, a pose de GPS. É que apesar de o Passeio estar relativamente bem marcado, aproveitando algumas rotas e grandes rotas (GR 23), por vezes perde-se o fio à meada. Toda a informação que os organizadores colocaram pelos longos estradões acaba por não ser suficiente. Por uma infindável panóplia de situações, das quais destaco: - O entusiasmo dos participantes, que em amenos e saudáveis despiques se desconcentram, passando pelas marcações; Até à deficiente localização de alguns dos marcos.
Com alguma atenção e muita paciência, torna-se possível regressar aos trilhos.
Como o “primeiro almoço” foi madrugador, havia que não deixar a fome consumir as nossas reservas. Teríamos que comer qualquer coisa. Para isso, escolhemos Parises. Em boa hora o fizemos. A dona do café ao ver tanta gente a entrar no seu estabelecimento, ficou um pouco atrapalhada com o movimento. Por ser inviável servir tanta gente em tão pouco tempo, a tal sra acabou por arranjar uma solução fácil, que acabou por provocar a boa disposição geral nos dez BTTistas que, famintos, aguardavam.
Pão, queijo, presunto, chouriço manteiga, fruta e bebidas a condizer, tudo nos foi facultado. - - Ficou para a “estória”.
Daí para a frente, acelerados pelo vento frio que se fazia sentir de forma cortante, o ritmo ainda foi mais vivo. Isto apesar das enormes paredes que tínhamos para escalar (algumas, pelo menos para mim, foram com a Bici à mão). Já nos últimos dez quilómetros a paisagem muda completamente. Depois de Barranco e principalmente com o aproximar de Salir somos apresentados aos primeiros Single-tracks do Passeio. Por estas terras deparamos também com trilhos entre muros e subidas em pequenos prados de relva, coisa inédita até então. Pelo que vou “captando” das informações que circulam entre os participantes, a geografia, que já passou de agreste seixo em seco terreno, em que a bela paisagem tem a constante presença de montes e serras do interior Algarvio, até ao ambiente mais verdejante agora descrito, passará, com a aproximação do oceano, a relevo típico de costa… A ver vamos!
Boas pedaladas, na Via, ou noutro sitio qualquer…
G.R.: - "Guarda-Rios" da Grande Rota 23
4 comentários:
Isto é que é vida! Eu cá também passeio, mas bicicletas... também constam... visita-me!
Boas João!
Grande foi o grupo que se reuniu para esta primeira travessia da Via Algarviana em BTT, agora ficamos conhecidos por os "Algarvianos". Ao longo de 5 dias pedalamos pela Via Algarviana entre Alcoutim e o Cabo de S. Vicente descobrindo paisagens, cimentando amizades, fotografando e dando asas a alguns despiques saudáveis que nos faziam andar mais depressa até ao destino. O resultado final foi uma enorme festa feita com o grupo reunido e "todos juntos" ao longo da última etapa com cerca de 78 km entre Marmelete e o Cabo S. Vicente. Para mim foi uma semana muito bem passada na companhia destes aventureiros do pedal. Obrigado por tudo!
Fernando Dias
Martim Longo - Alcoutim
PS: João tens de vir terminar o que te falta e que estejas a curtir também esses trilhos da Rota dos Castelos como curtis-te estes da Serra Algarvia.
Boa sorte para a "rota dos castelos" companheiro.E só pra dizer que o slogan "vamos todos juntos" foi lindo de se ver no último dia,tudo muito bem comportado.
Um abraço
Olá colega Bttista, eu sou um dos poucos algarvios que participou na travessia algarviana e foi completamente expectacular, todos superaram as suas espectativas e no último dia já corria um vento de nostalgia no grupo. Se tiveres os contactos de mail da malta que participou, gostaria que me enviasses para que possamos torcar informações e fotos. Fica bem e foi um prazer conhecer-te. espero q nos voltemos a encontrar algures em cima de uma BTT. João Belo.
joaobelo46@gmail.com
Enviar um comentário