quarta-feira, 9 de junho de 2010

Caminho de Fátima do "Fuga da maria" - relato JAS

Qué essa merda, Car…..!
Foi assim que começou. Já estava na altura de fazermos a volta a Fátima. Dia 22 e 23 de Maio foi a data escolhida, este ano com a companhia de muitas caras novas, de Fátima, de Mafra e outras da nossa zona, perfazendo um total de 17.
Tudo apontado para às 7h30m, em Alpriate, com alguns minutitos de atraso, uma foto de grupo e lá arrancaram 14 valentes. Nada melhor para começar que um furito no 2ºkm para abrir as hostes. Estes gajos não sabem escolher os caminhos certos…enfim…amadores.
O tempo estava óptimo, sem vento e o piso seco. Boas condições para bater o record de mines buidas.
Tudo a rolar desde Alhandra, com a inclusão de mais 3 valentes. Se bem lembro até à estação da Azambuja, nada de especial se passou. Aí ou um pouco antes, fez-se a primeira paragem para dar ao dente. Começou a aparecer a primeira queixa de falta de ar ou óleo a mais e para isso, nada melhor que uma sandocha de ovo mexido com alface. Outros apostaram na marmelada, barras energéticas e fruta. Quem se esqueceu, o sôr presidente disponibilizava, de entre os 2kgs de produtos milagrosos que carregava.
Depois de mais um acto de rebeldia (este ano saltámos menos 2 vedações!!!), lá entrámos no tomatal do vale de Santarém e aí se começaram a manifestar os primeiros problemas mecânicos: um raio partido, de uma Scotch espectacular que por lá andava, um amortecedor com falta de ar, que se babava todo, de uma reles Especializadaizseze e o problema mais complicado… uma mudança que não entrava, ainda por cima a roda pedaleira maior, duma recente BH bonita, mas não tanto assim.
Bom, como estávamos relativamente perto de Santarém, pensámos em procurar um local para a reparação destes pequenos problemas e se necessário apanhar o Quim de volta para casa, caso o problema do amortecedor fosse realmente grave, como se estava a temer, mas de imediato desmitificado por um telefonema ao grande Cláudio, que percebe mesmo desta cena.
Em Santarém, estava reservado no Taberna do Quinzena o almocinho pá jenti, com um óptimo serviço pós repasto, disponibilizando de garagem para as burras, gelo para cantis e todo o apoio que solicitámos. A ementa resumiu-se a dois pratos bem escolhidos na hora, buida variada, entre as quais o tão falado FIOCO e a boa disposição do maranhal, com anedotas e piadas desde o inicio (apesar do tema ser demasiado duvidoso), com o Choina a liderar o pelotão e com o Toni amuado - houve alguém que andou perdido da malta, pois tomou outro caminho e como pensava que ninguém esperou por ele, decidiu nem atender o telefone, seguindo a máxima de o último vai ter ao ponto de encontro…., mas não era o último. Fica o registo, para uma próxima essas situações serem mais bem combinadas -.
Passadas perto de 2 horas, lá nos metemos ao caminho, fazendo um desvio para a Dechatlon de forma a dar vida ao amortecedor e ver o problema do desviador da frente (entretanto o raio tinha sido substituído, numa loja especializada). Curiosamente e para quem pensava que fui irónico ao descrever a gravidade dos problemas mecânicos atrás mencionados, o desviador foi o que não se arranjou, pois nestes centros a mão de obra especializada escasseia. Em todo o caso a paragem acabou por ser benéfica, pois deu para descansar, dar um pouco mais de tempo à digestão e trazer umas barritas energéticas que o centro ofereceu, além da compra vantajosa que o mercante negociador Ricardo Rosa fez. O Samuel é que pagou e ficou na mesma (foi para compensar a bomba do Ricardo).
Posto isto, lá fomos nós a caminho das subidas e descidas / tascas. E aí o ritmo imposto pelos jovens Luis Matos e Toni da parte da manhã, começaram a trazer reflexos. Mas, devagarinho também se vai longe e também dá sede.
Após uma descida matadora, que conseguiu levar 3 valentes ao tapete, começou a peripécia dos beijinhos…não são esses que se pagam, são mesmos os beijinhos de cumprimento, às meninas das tascas…não são essas tascas antigas que estão a pensar, servidas por uma menina de bigode, são mesmo associações recreativas ou cafés de aldeia, onde trabalham estudantes.
Fizeram-se algumas descobertas, nomeadamente ao estojo de primeiros socorros adquirido no Lidl, não ter qualquer tipo de desinfectante, apenas compressas e porcarias dessas e que a cerveja não deve ser aplicada como betadine.
Tasca, ante tasca, lá chegámos aos Olhos de Água para dar o belo do megulho da praxe. Já perto do destino do primeiro dia, Alcanena, agradável vila de cortumes que cheirava mal comó c…, pernoitámos sem antes termos o belo repasto à nossa espera, composto por galinha com amêijoa, entrecosto frito com arroz de feijão e carne de porco com marisco…qual deles o melhor! …e presenciarmos a vitória do grande Mourinho na final da liga dos shampiõns.
No dia seguinte, às 7h15m, tudo na rua à espera do méne da pensão, que mais uma vez se atrasou, embora desta tenham sido apenas 15 minutos. Estes minutos foram aproveitados para lubrificar as correntes e dar uma limpeza geral à bike (lol, panisgas!!).
Continuando a nossa Fuga da Maria, chegámos a uma bifurcação, quem quiser levar a cruz às costas vai em frente, quem quiser levá-la em cima dela (bonito!!!) segue um GPS. O Rui quando se lembrar da parte que levantou a bike para levá-la no lombo, vai ter uma sensação de arrependimento porque foi nessa subida que nem o protector do desviador traseiro inserido no quadro da Lápiiiê, o salvou de uma pedrada inferior no lado debaixo da peça e lixou, com F, o resto da volta. Bem se tentou desenrascar, mas quando é um problema de junta não há nada a fazer.
Depois da descida numa single bonita, mas perigosa qb, parámos em Minde para o abastecimento de água e a substituição de uma Camara de ar de uma Scotch bué da louca que por lá andava…deve ter sido sabotagem!!. E como os nossos companheiros de Fátima, não nos acompanharam nesse dia, mas disponibilizaram-se para buscar as nossas mochilas a Alcanena, solicitámos mais um frete, parar em Minde e levar o Rui.
A subida de Minde ficou marcada por mais um contratempo, de uma corrente partida, do Manel, que fez o segundo dia connosco. Felizmente o que partiu foi o elo rápido, imediatamente substituído por uma equipa de verdadeiros entendedores da matéria.
Sentia-se uma melhor disposição dos guerreiros à medida que chegávamos e como não há duas sem três, mais um furo na descida do miradouro (moinho) que curiosamente foi no mesmo local do único furo no ano passado. Estes gajos não sabem escolher os caminhos certos…enfim…amadores.
E prontos, chegámos a Fátima, tirámos a foto de família, sem alguns elementos, que se encontravam na casa do povo, onde nos encontrámos para mais uma nova descoberta, o catende.
Mais uns brindes e lá fomos para o Cantinho de São Valentim, onde almoçámos, onde o sôr Presidente Rafael Fonseca entregou os certificados de presença, onde se brindaram mais uns feitos e se agradeceu a presença e a colaboração de todos, sublinhando todo o apoio logístico da malta de Fátima, representantes da Casa do Povo (Beto Choina, Toni, Cabrita e Manel).
Depois das despedidas dos locais e do pessoal que combinou com as famílias, os resistentes foram até à Estação de Fátima. Foi a viagem mais rápida que alguma vez fiz de bicicleta, descendo a velocidades acima dos 80km/h e subidas na ordem dos 20Km/h. Foi a viagem que pela gana, nunca vou esquecer. O ritmo foi tão intenso que o Samuel nem reparou que eu e o Nés tínhamos parado, para búer uma mine, claro.
Mais uma e fomos até à estação onde o Ricardo Rosa nos aguardava, na companhia do Toni e do Cabrita, sem contar com o João Torres e o Samuel que tinham nos acompanhado de bicicleta e claro de mais uma mine desta vez acompanhada duma média.
Depois, foi a viagem com muita animação, que colmatou com um cântico com uma tuna (não sei de onde).
Espectáculo!!
Quando é a próxima?
Um Bem Haja ao Rafael, ao Carlos, ao Miguel e Luis Matos, ao Rui, ao Beto, ao Toni, ao Cabrita, ao Manel, ao Sérgio, ao Ricardo, ao Nés, ao Ricardo Rosa, ao Mário, ao Hélder, ao João Torres, ao Samuel, pela companhia até Fátima desde Sta Iria, para o ano há mais com os mesmo, neste belo grupo que se apelida de Fuga da Maria.
(É só inspiração!! Pareço o Beto.)

6 comentários:

Unknown disse...

Uma resenha bem conseguida, Parabéns

João Galvão e Ricardo Rosa disse...

...Como diria um Amigo cumum...
- Trata-me lá disso!!!!
...É que isto de escrever, nem sempre me apetece. Mas com gajos como tu... Está tudo tratado!!!
Relato fabuloso!!!
Mais uma vez, fartei-me de rir..loloooolll

Rafael disse...

Mais palavras para quê? tá tudo dito e para o ano la estarei (???????)

Rafa

Rafael disse...

Mais palavras para quê? tá tudo dito e para o ano la estarei (???????)

Rafa

Carlos Valente disse...

Excelente descrição do que me parece uma excelente aventura.
Será que me posso juntar a vocês em próximas jornadas ??
Seria um prazer e um desafio.
Um abraço

João Galvão e Ricardo Rosa disse...

Caro Xavier,
Ainda bem que gostas-te.
Para te podermos contactar tens que deixar um mail. Ou por aqui, ou por e-mail para cicloturismo.fcg@gmail.com

A partir daí ficas incluído na nossa lista de mailing e ficas a saber da maioria das nossas iniciativas.
Outra forma, é estar atento aqui ao blog...
Cumprimentos,
João Galvão