quinta-feira, 2 de junho de 2011

"A ORIGINAL"...

... Aquela que me leva todos os dias...

...E muitas vezes, não vou só!

Está há muito por publicar, este apontamento sobre a minha segunda bicicleta – Primeira, após o recomeço das minhas pedaladas, em 2004; - Só agora vai para o ar.

Bicicleta adquirida em segunda mão, no início dos anos noventa, a um amigo da rua, que por sua vez a tinha comprado na Loja das Bicicletas, em Benfica.

Para descrever o Objecto em causa, aproveitei os escritos do Caminho Francês que fizemos em 2006, mais especificamente a parte em que preparava a “carga” para a viagem, onde faço menção a esta autêntica geringonça.

Segue-se então mais um trecho dos excertos de; NézClinas a Pedais… - Voltar a criar Vontade de regressar :

Levantei-me cedo e fui à arrecadação, onde me dediquei a montar a bicicleta que tinha vindo embalada de Chaves. Havia que não descorar nenhum pormenor para que depois, já em viagem, não faltasse nada que não pudesse ser substituído no imediato ou pusesse a viagem em perigo. Assim, comecei a montar a minha bicicleta, uma “Touring” (acho eu) (Já confirmada em absoluto depois de encontrar um cidadão na oficina da Dechatlon à espera que lhe entregassem uma igual. Foi curioso relembrar como eram algumas peças de origem, nomeadamente o espigão de selim, os travões e o garfo rígido – que acabei por deixar em Pamplona – assim como os pneus originais, uns Michelin super cardados, que só deitei fora numa arrumação relativamente recente – Já se desfaziam à mão.) Que comprei há mais de quinze anos (como o tempo passa; Já foi há vinte!), em segunda mão a um amigo, pela módica quantia de trinta “contos”, e que para a altura não estava cara, não senhor.

Apesar de ser uma roda vinte e seis sem suspensão; ter o quadro em ferro (descobri à-posteriori, que é uma liga um pouco mais leve do que o ferro. Para a época, era um “achado”); cassete traseira de sete carretos, em que o maior só tem vinte seis dentes, o que não é uma grande ajuda para as subidas mais íngremes, tem o dom de ser a “minha bike”,e de até esta peregrinação nunca me ter deixado ficar mal.

Com o decorrer dos anos, com o avolumar de carga quilométrica que lhe fui dando, foi-se tornando imperioso fazer alguns melhoramentos e alguns “up grade’s”, tais como: - mudar os travões de origem, que eram uns “ Cantilever” para uns “V-Brake” da Shimano; colocar-lhe uma suspensão frontal que comprei na velha "IBA" da Columbano, e que mais tarde veio a comprovar-se não ser a mais adequada (depois disso, já lhe pus mais duas, e sempre com o mesmo resultado. Passado algumas centenas de quilómetros, ganha folga na cabeça. Apesar dos diversos apertos e reafinações, alguns, de amigos mecânicos, a solução nunca fica 100%. Estou mesmo tentado, um destes dias, a repor um garfo fixo. Só tenho pena, que depois do episódio de Pamplona, não tenha podido trazer a peça de origem); um espigão de selim com aperto rápido (ao qual tive que adicionar uns cones adaptadores, para a secção do tubo do quadro, kit arranjado na Dechatlon); entre outros melhoramentos.

Antes de todos estes incrementos agora descritos, e que foram aplicados entre 2005 e 2006, já antes lhe tinha feito uma mudança em grande parte da transmissão. Numa das minhas voltas pelo país, quando aproveitava as deslocações em digressão, para fazer algumas das mais belas voltas que dei pelo nosso território nacional, nas quais conheci muitos dos locais que hoje são referência geográfica para mim. Algumas dessas voltas/passeios já estão na minha página do WIKILOC, e futuramente serão transcritas para este Blog, num separador que criarei para tal efeito.

Foi assim que em Águeda (terra das bicicletas), numa deslocação que encetei a partir de Aveiro, não posso precisar se em 2004 ou 2005, adquiri uma K7 nova e a respectiva corrente para substituir as de origem, que entretanto, e na minha mão já tinha feito mais de seis mil quilómetros. Daqui posso constatar que a média quilométrica anual de sete mil quilómetros que costumo cumprir, já vem de há muito. Então nesse primeiro ano – no inverno não choveu um, - sim! Um único dia – andei que me fartei.

Voltando à montagem da bicicleta para a viagem em questão, mudei os pneus mistos que tinha montados para uns cardados da Michelin, (que por acaso são os de origem da Bike), para ter uma aderência maior nos terrenos técnicos; coloquei um selim de gel com respiração na zona sob a próstata, porque com o volume de horas e a sobrecarga de dias em cima do selim, há um desgaste muito grande que deve ser minorado tanto quanto possível; mudei os calços dos travões e verifiquei os apertos mais importantes.

Assim ficou a minha ginga, a Princesinha do agreste, como também é conhecida, desde essa altura. Depois disso, e além das já referidas suspensões frontais e dos inevitáveis consumíveis, pouco mais lhe alterei.

Com ela contínuo a pedalar, com ela sigo no meu dia-a-dia, em constantes e quase diárias viagens para/e do trabalho, e nas entregas dos meus petis, na escolinha. Primeiro o António que andou na cadeirinha até aos 5 anos e depois o Santiago, que já lá anda desde tenra idade.

Além das cadeirinhas de transporte de crianças, que colocamos na traseira, e frontalmente (sim, porque já cheguei a experimentar andar com os dois miúdos, um em cada cadeira), esta verdadeira heroína, já puxou por atrelados e volumes vários, que fui transportando no bagageiro, que quase sempre lhe tenho montado.

Recentemente apliquei-lhe a minha última invenção. – Limousine; - como os meus filhos lhe chamam. - Consiste em unir, através dum tubo especial (o “TrailGator”), uma bicicleta de criança (roda 20), há qual, ainda lhe aplicamos atrelada; uma carroça .

Para terminar, resta-me acrescentar que tal Veículo estará à beira de transpor a barreira dos vinte e cinco mil quilómetros percorridos. Em que mais de 95% foram pelas minhas pedaladas.

– Já está a ficar cansada…Estará?


Algumas Fotos para ilustrar esta "Relíquia" :

...Das passagens mais radicais que este objecto já terá transposto. - Estamos a falar de uma bicicleta de ferro, sem qualquer tipo de suspensão!
- Depois disto, ainda fez o Caminho Francês (viagem a que se referem parte destes escritos) e outros que tais.
Mais tarde, acabei por lhe suprimir o garfo fixo. - Hoje digo-o sem pejo- Foi um erro...



- Cá está ela! Na preparação da Primeira Peregrinação a Santiago de Compostela - Caminho Português por Braga.

-"Tenrinho"...



...Numa das variadíssimas voltas pelo país. Aproveitando as deslocações em trabalho. -Aqui, em plena Serra da Estrela.
Volta no WIKOLOC (ganda maluco...)



Depois de já o ter feito até Montemor-o-Novo. Voltei à "carga", para ir trabalhar em Évora. A segunda grande viagem destes alforges. Depois disso, muitos milhares...Um grande reforço, restauro e remendo, ainda estão vivos e prontos para as curvas.



Praia, Parque infantil, Ciclovia, Belém - Trafaria, Filhos, Atrelado... -DIVERSÃO!




Mais uma Tornée pelo Portugal cultural.



Uma das primeiras aventuras desta bike e do seu dono... Desde Bragança, até Montesinho (aldeia e Parque Natural), França (aldeia), Espanha (fronteira e Barragem de Serra Serrada).



Eternos; Inesquecíveis... Mas repetiveis; PIRINÉUS!



...Em pleno Caminho Francês. Com toda a Carga possível e imaginária...
Felizmente que os tempos mudaram...lolol...



...San Jean Pier de Port (Pirinéus Franceses)... Início do Caminho Francês de Santiago de Compostela.



Um marco histórico, mas já distante...lolol
...Por esta altura ainda não viajava com o meu tablier completo...lololol


...Algumas das aventuras a que esta Bicicleta está sujeita...


GR


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