Porto, 27 de Julho de 2009 17,00h
Aqui estou eu na estação de Campanhã, contínuo à espera da partida do internacional Porto – Vigo, que dará saída pelas 17,55 h na linha número 14 (parte nova da estação de onde saí e por onde passa o famoso Metro do porto). Se tudo correr bem, chegarei a redondela (Espanha) às 21,56 (h.e.), e daí partirei para uma muita curta mas útil viagem até Pontevedra. Nesta terra, por “nós” sobejamente conhecida espero poder pernoitar no albergue municipal, muito provavelmente e pelo avançar da hora, já que chegarei às 22,46, apenas o poderei fazer no alpendre anexo, onde os meus colchões e saco-cama cumprirão a sua missão.
Ainda antes do momento presente em que escrevo esta introdução a mais uma viagem/peregrinação a Santiago, já cumpri um grande dever moral e cívico que agora relato:
- Depois de ter chegado a Santa Apolónia pela via “pedalante” e após ter constatado que teria que desmontar a Bicicleta (saga habitual), por ter perdido a hipótese de apanhar um regional (neste caso seriam 4) que me fizesse chegar ao Porto antes das 17,55 h, tive que fazer uma escolha, que por razões óbvias recaiu no Intercidades (19,50 euros, em vez dos 27,50 do alfa pendular). Tive que “empacotar” a Bicicleta e colocá-la no já habituado saco de transporte. Operação sempre morosa, que por muita rotina que tenhamos, acaba sempre por demorar mais de vinte minutos. Como sou habitué dos comboios portugueses este facto não me surpreende, mas continua a revoltar-me um pouco. Ainda por cima depois de constatar que o espaço para carga nas carruagens de 2ª classe chega e sobra para levar as Bicicletas montadas, apenas necessitando que sejam colocados os imprescindíveis ganchos metálicos que as sustentam. Desta forma poderíamos viajar no intercidades sem desmontar as ditas, como acontece um pouco por essa Europa fora, e sem prejudicar os outros utentes, visto o espaço ser mais do que suficiente para as Bicis e para as restantes bagagens. Digo isto porque o comboio vinha cheio e a minha Bicicleta dentro do saco ocupava muito mais espaço do que se estivesse pendurada.
Como sou um cidadão com poder de reivindicação (aliás como todos nós), e como gosto de usar uma forma de comunicação assertiva (como deveríamos todos), fiz seguir uma sugestão para a CP pelas vias ajustadas. Não sem antes me ter informado e documentado dos factos.
- Dos funcionários que questionei ou ouvi, não guardo uma unanimidade de opinião. Uns dizem que tentando poderá ser possível uma mudança. Outros no entanto, disseram-me logo que “não tinha hipótese”. A ver vamos. Aguardo o contacto da entidade em causa. Acto “obrigatório” nestas circunstâncias.
Se alguém sugerir o mesmo que eu, dará mais força a esta opinião, que por sua vez, tenho esperança que possa não ter sido a primeira. – Juntos seremos os suficientes!
Como continuo à espera do Comboio, tenho oportunidade de informar que com esta viagem por terras Galegas (mais uma), conto poder virar mais uma página no capítulo das Peregrinações a Santiago. Farei por cumprir dois dos Caminhos que ainda me faltam, nomeadamente o do Rio Ulla (Marítimo/fluvial) e o Inglês, até Ferrol (no sentido inverso, portanto). Ficando desta forma a faltar-me o mais extenso e árido: - A Via de la Plata. Que conto efectuar na 2ª quinzena de Agosto juntamente com alguns Amigos.
Ficarei dessa forma, e se chegar a bom porto, com uma “longa história” de Caminhos no que à progressão em Bicicleta diz respeito. Digamos que fico moralmente habilitado a poder cumprir outros projectos, de outro tipo e ainda mais ambiciosos. A seu tempo por aqui serão divulgados.
Falta-me mencionar que para deixar o saco de transporte da Bicicleta aqui no Porto não foi tarefa nada fácil. Por não o querer carregar durante a viagem propriamente dita, visto só voltar a precisar dele aquando do meu regresso à Campanhã (sexta-feira), para voltar a entrar no intercidades com destino a Lisboa. Como os cacifos só dão para 24 horas (outra aberração) e os funcionários da estação, incluindo o “chefe” têm ordens para não guardar absolutamente nada, tive que recorrer a um restaurante das imediações, o mesmo onde uns anos antes tínhamos jantado umas “tripas” que ficaram míticas.
-Só espero que corra tudo bem! – Vai correr.
A propósito: - A troco deste “favor”, escolhi ingerir uma magnífica sandes de rojões que completou o meu “lanche higiénico!”
Até amanhã, ou até à próxima…. Do “Guarda-Rios”
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