Santiago de Compostela 28 de Julho de 2009 17,30 h
Ora cá estou eu em Santiago após 122 km’s de uma jornada que eu pensei à partida que me iria custar muito mais.
Como disse no anterior post, ainda no Porto, não sabia como correria a chegada a Pontevedra. – Posso dizer que correu bem. Melhor do que o previsto.
Mudei de comboio em redondela (esperei mais de meia hora) e cheguei ao meu destino por volta das 23,00 h (h.e.). Fui de imediato para o albergue para tentar entrar. Depois de uma pequena e desesperante espera à porta, lá apareceu alguém cá fora (tem um pátio grande). Era um peregrino espanhol que acudindo à minha chamada, veio ver o que é que se passava. Claramente, expliquei a situação para que ele me deixasse entrar. Normalmente a esta hora os albergues já estão mais do que fechados e dos hospedeiros não há nem sombra.
Por sorte ainda havia uma “litera” para mim, no ligeiramente mudado albergue de Pontevedra.
- Assunto Arrumado!
Pela manhã deixei o donativo, isto apesar de não ter tido direito a carimbo, por o escritório estar fechado. Consegui sair pelas 8,00 h (o que é muito bom), apesar de ter dormido mal. As primeiras noites de cada peregrinação normalmente dão nisto… - É inevitável!
Tomei o pequeno-almoço numa “panaderia” nossa conhecida e fiz-me à estrada em direcção a Sanxenxo e depois a O Grove. Sempre pelas carreteras da costa, com o mar e as rias bem presentes, definindo intermináveis “fiordes” e pequenas penínsulas, que, em construção tão abstracta deixam espaço para um sem número de pequenas ilhas. Umas habitadas outras nem tanto. Nesta via que nos põe a contornar a costa, cruzamos inúmeras estâncias balneares da província de Pontevedra com os seus intermináveis hotéis e praias. Com uma oferta para todos os gostos e carteiras. De certa forma, esta zona de Sanxenxo, faz-me lembrar o norte de Portugal, principalmente a costa minhota, desde a Póvoa de Varzim até vila Nova de Cerveira. Com muitas praias, muitos pousos mas muito frio….grreree
Finalmente chegado a O Grove, local escolhido para iniciar esta “ruta Xacobea marítima”, que turisticamente relembra a lenda do surgir das ossadas do Apóstolo Santiago numa barcaça, subindo o rio Ulla até “encalhar” em Padrón, deparei com uma pequena dificuldade. Para poder cumprir na íntegra esta rota faltava-me a embarcação. Por pouca sorte, só tinha barco na quinta-feira. – Portanto, Nada feito! Restava-me a solução de me fazer à estrada e acompanhar todo o trajecto do Apóstolo, mas, contornando a linha de água pela terra, até chegar a solo firme, em Padrón. Foi assim que eu fiz. Localidade atrás de localidade, sempre com a água à vista, primeiro a ria Arousa, depois os rios Ulma e Ulla. Cruzei terras como A Toxa (ilha), Cambados, vilalonga, vilagarcia, aproveitando sempre a oportunidade para ir aos postos de turismo e “ayntamentos”, e aí carimbar a minha credencial.
Cheguei a a Padrón ainda não eram 15,00 h, constatei que o albergue se encontrava cheio. Limitei-me a carimbar, subir á igreja do Apóstolo (tantas vezes e nunca lá tinha ido), e seguir viagem. A hospedeira disse-me que Teo estava cheio, mas esta informação foi desde logo contrariada por uma “chicas” que tinham acabado de telefonar para o dito albergue e ficado a saber que afinal estava… quase vazio.
No fundo, tinha a hipótese de me “quedar” por lá. Fui seguindo, agora pelo caminho Português até Teo, onde cheguei antes das 16,00 h. Ao entrar não havia vivalma (parecia fantasma ...É...).
Como tinha tempo e forças segui para Santiago. – Em boa Hora!
Estou num albergue grande (Seminário menor), com todas as facilidades que um Peregrino requer, e pronto para dar inicio à segunda parte do que me trás aqui. – Amanhã vou iniciar o caminho Inglês em sentido inverso.
- Ah! Claro que vou jantar ao Manolo!!!
Rios foi coisa que não me faltou...
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