terça-feira, 20 de janeiro de 2009

...E a saga continua... (1) - O inicio da História

Ah pois é...

Julgavam que se livravam de nós?

"Isto" ainda agora começou!

Vou encetar por aqui (e daqui), a exposição de algumas partes duns determinados "escritos" que tenho andado a compor desde... Algum tempo a esta parte... E que se referem a uma certa Viagem ou peregrinação que certos "indivíduos" executaram aqui "àtrasado", vamos lá ver, e para sermos mais rigorosos, em Agosto de 2006.

Pois é...
Dessa viagem nasceu a vontade de contar aos interessados, mas principalmente aos nossos futuros netos as peripécias que os loucos dos avós deles andaram a fazer, sim, porque quando lá chegarmos a ideia de tal viagem será por certo considerada uma loucura tremenda, na medida em que, se calhar por essa altura "futurista" cidadão algum se atreverá sequer a sair de casa, para evitar todos os malefícios dessa época, alguns dos quais vão proliferando a grande velocidade por agora. Falo de "coisas" como o aquecimento global, e outras que tais.

É...
Mas vamos a coisas mais alegres. Pelo menos para mim, a quem deu um gozo tremendo escrever, e estou certo que ao Ricardo, ao qual não deu menos, o prazer de relembrar e rever rindo tal aventura que queremos repetir...

É, Pois, ah...
Repetir, mas só depois de realizados os trezentos e noventa e seis projectos que temos em mente, e dos quais vos vamos pondo ao corrente por aqui!

Ah... É... Pois...
Conversa de "surdos". Mas é um pouco assim que vai andar a tal "saga" de que vos falava, lembram-se? Desta vez vamos começar pelo inicio da História. - A História de quê?

Pois! É? Ah!!!
A nossa Peregrinação a Santiago de Compostela pelo Caminho Francês.... Então cá vai... Um pouco da História do CAMINHO.

-TAKE 1, Primeira!

Os caminhos ditos originais, ou os mais antigos, foram-se popularizando através do volume de circulação e da importância que adquiriram a nível sociocultural e principalmente comercial, acabando por se impor como trajectos cruciais para as gentes da época. Muitas vezes essa importância também era dada por interesses religiosos. Não nos podemos esquecer que o Caminho tem referências muito longínquas. Se nos reportarmos a exemplos ligados à História de Portugal, podemos lembrar que os primeiros peregrinos ilustres antecedem a própria História, pois os pais de D. Afonso Henriques, os condes, D. Henrique e D. Teresa deslocaram-se em Peregrinação no ano de 1097 a Santiago, entretanto tornado sede de bispado, por troca com Iria (ex Flávia Iria) no Império Romano, para onde, no “muy” longínquo ano de 44, e depois de degolado, por ordem de Herodes Agripa, São Tiago foi levado. Daí, e até ao ano 300, altura em que o seu túmulo é escondido por ordem dos imperadores Romanos, Valeriano, e mais tarde Diocleciano, era visitado por cristãos que o inseriam no culto dos túmulos dos santos. Durante mais de cinco séculos o túmulo esteve incógnito, até ser descoberto em 812/813, no reinado do rei Asturiano, D. Afonso II. É através deste monarca que é restaurada a sede episcopal de Iria Flávia.
Com toda esta história perpetuada pelos tempos, a importância e evidencia dos Caminhos percorridos por algumas figuras da nossa História como, Papas e Reis referenciados desde D. Afonso II (neto de D. Afonso Henriques), a D. Manuel, passando pela Rainha Sta. Isabel, dá lugar a vias de acesso principais, que ao longo dos tempos foram divulgadas melhoradas e alargadas.
Nos dias de hoje, quase todos esses “trilhos” originais deram lugar a estradas nacionais e em muitos casos a auto-estradas. Essa evidência é muitas vezes comprovada, quando passamos nessas vias, onde se vê assinalado por grandes placas amarelas e azuis a presença do Caminho de Santiago, entretanto tornado “Itinerário Cultural Europeu” em 1987.
Houve portanto a necessidade de criar caminhos alternativos, para que os peregrinos não circulassem nessas ditas vias rápidas, o que, como é de supor se tornaria muito perigoso e realmente pouco atractivo.
É preciso termos consciência que hoje em dia quando se faz o Caminho de Santiago por caminhos pedonais guiados pelas setas amarelas, não quer dizer que se estejam a pisar terrenos peregrinantes originais, da mesma forma que quando se circula pelas estradas nacionais, como muitas vezes foi o nosso caso, se esteja fora do Caminho. Antes pelo contrário!

Acrescento, e para que seja feita justiça, que tais ideias são convictamente defendidas pelo meu colega de peregrinações: - Ricardo Rosa, o Dezoito!

Eu pessoalmente estou cada vez mais associado aos Caminhos de Santiago, mas ganhei um gosto especial pelos trilhos que, não sendo os originais, foram criados como alternativas válidas e legítimas.

Sem comentários: