quarta-feira, 21 de abril de 2010

GR 22 Fotos Dia 7 - Sabugal / Monsanto / Ad Sta Margarida

Entrámos na ponta final deste grande trajecto, que, tal como mo tinham descrito, é, a par da Algarviana (com as devidas diferenças) um dos mais belos roteiros turistico / BTTisticos que já fiz.

obviamente que ainda me falta conhecer mais de 99% dos trilhos deste país, mas como rota minimamente delineada e atravessando tantos e tão distintos pontos de interesse é realmente um itinerário a ter em conta.

Estávamos portanto no início do dia em que esperávamos poder fazer tantos quilómetros quanto possível, com o intuito de recuperar alguns, dos que tínhamos em atraso , e tentar concluir o trajecto na integra. Realmente seria uma lástima, chegados aqui, depois do que tivemos que transpor, e não conseguir fechar a GR 22. Foi determinados e imbuídos de um espírito guerreiro que saímos para a etapa. O céu, neste dia 3 de Abril e mais uma vez, não estava nada convidativo, a chuva aliás estava à nossa espera do lado de fora da Auto-Caravana. A sensação de desconforto e molha já a tínhamos sentido durante mais uma noite em que não ouvimos outra coisa que não a água a cair incessantemente.
Não nos restava mais do que esperar o fim do aguaceiro e seguir...
...Assim foi...


Antes de chegarmos a esta bela figura que se vê em cima, já teríamos percorrido bem perto de 50 km´s desta etapa, que, por marcação logística do GR terminaria em Monsanto (monte ao fundo). Estávamos portanto em bom andamento, e salvo algum atraso inesperado poderíamos fazer bem mais do que os 70 km propostos até Monsanto. Desde que deixámos o Sabugal fizemos quase na totalidade descidas. Foi assim que atingimos Meimão e Meimoa (local escolhido para a primeira assistência e abastecimento deste dia). Pelo meio, e durante vários quilómetros, contornámos a Barragem de Meimoa, e passámos pelas Aldeias do Bispo e de João Pires.


... já com quase 60 km´s feitos, encetámos a subida diabólica até ao alto de Monsanto (sim, fizemos questão de ir mesmo até ao cume do castelo, a mais de 800 mt de altitude). Mais ou menos a meio da subida, já depois de passarmos a Aldeia de Relva, surge-nos este ex libris da região. Estas enormes pedras "gémeas" que abraçam a estrada, estão mesmo a pedir uma foto de ocasião. Logo, foi isso que fizemos.



Quanto mais subíamos mais a vista se ia transformando, passando a ver-se uma grande parte da Beira Baixa e de Espanha.



Não foi fácil a escalada, mas quando um homem quer... lol...
Quando cheguei ao fim da escarpa, numa coincidência brutal, encontrei os nossos dois Amigos, que entretanto já tinham subido desde Relva, onde tinham deixado a viatura. Foi curioso este encontro. A partir daqui, subimos os metros que nos faltavam até ao cume juntos e de bicicletas em punho



Vista de Relva desde o alto do castelo de Monsanto (intitulada em tempos a aldeia mais portuguesa de Portugal)



Sensação de missão "quase" cumprida, é o sentimento que se apodera das nossas mentes quando chegamos ao alto da escarpa.


A descida, para complicar ainda um pouco mais as coisas, foi feita pela calçada romana. Apesar de muito acidentada, e por ir atrás do Cláudio, consegui fazê-la quase na integra. Quando chegámos à capela que existe mais ou menos a meio do caminho, encontrámos um jornalista da RTP, que costuma fazer os comentários da Volta a Portugal na companhia do Grande Marco Chagas.



Usámos uns fabulosos singles e marcações novas para poder chegar em grande velocidade a Idanha-a-Velha. Para mim, tal aldeia histórica era uma completa novidade. Aproveitámos o dia ainda estar bem levantado e o facto de termos reencontrado o César e a nossa "comitiva" para fazer uma visita mais demorada a esta vila exemplar. Com o seu forno e lagar comunitários e algumas relíquias restauradas. Muito bem conseguido e de elevado interesse cultural.
Aqui na foto, vemos o Cláudio a descansar um pouco no velho Pelourinho, num dos largos com uma igreja.



Mais uns magníficos traçados, quase sempre com um índice de dificuldade diminuto. Era mesmo para curtir. O maior esforço já lá ia. Combinámos então que avançaríamos até termos luz do sol e pararíamos tão perto quanto possível de Castelo Novo, de forma a deixarmos poucos quilómetros para a manhã de Domingo de Páscoa



Sempre com a presença da água e da lama, às quais já nos tínhamos habituado à muito.



Conseguimos ainda passar a terra com o nome do Sr. Proença, onde comemos uma bifana, e avançar até à aldeia de Sta Margarida, onde acabámos por encostar as máquinas. Já tínhamos feito 100 km´s, com muitas visitas turísticas à mistura, e um banho de cultura. Era hora de repousar e esperar pacientemente pelo dia seguinte para completar os cerca de 25/30 quilómetros que nos ficaram a faltar.
GR


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