quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Via de la Plata + Sanabrês (Ago 09) Dia 3 Puebla de Sancho Perez - Mérida


Neste terceiro dia, apesar do calor continuar constante e ardente, foi o que me custou menos. Não só porque de uma forma geral foi sempre a descer, só acumulámos cerca de 400 mt de subida, mas essencialmente porque foi o dia em que estivemos menos tempo em cima da bicicleta. Demorámos menos de seis horas para completar os 70 km que nos levariam até à fabulosa cidade de Património mundial que é Mérida. Depois de Roma (em que os vestígios romanos andam no chão ao pontapé), esta Emérita Augusta é sem dúvida um tremendo espólio de arqueologia românica.






Na etapa mais fácil descemos dos cerca de 600 mt para os 200 mt em que se posiciona Mérida e o seu Rio Guadiana.

TRACK E ALTIMETRIAS NO WIKILOC :


http://www.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=512276


Logo pela manhã cedo começámos a subir desde a saída de Puebla de Sancho Perez até chegarmos a uma das cidades referência da Estremadura Espanhola, na província de Badajoz, falo-vos e Zafra, aqui representada pelo seu Castelo. Por aqui fizemos uma paragem técnica obrigatória para retemperar forças. Fizemos umas compras no super "El Arbole" e fomos tomar o 2º desayuno para um jardim. Depois, e antes de partirmos, ainda fomos "sellar" ao Ayuntamento, como aliás é da praxe...


Seguiu-se, enquanto atravessava-mos uma longa... longuíssima planície, a travessia de uma das maiores vinhas da Península (se não mesmo, da Europa) que deverá existir. Durante mais de dez quilómetros de extensão, não se viu outra coisa. E para os lados, pelas linhas do horizonte, também eram uvas que preenchiam os solos. Refiro-me sem pejo, a uma área de mais de 100 km2. - BRUTAL!



Alguns quilómetros mais à frente continuava o esplendor do "vinho". Não quisemos deixar passar em claro tal momento, tendo para isso tirado uma foto em andamento com as vinhas em fundo. Refira-se como curiosidade que "este" vinho que provámos pela região nunca foi muito famoso. Já o mesmo não podemos dizer à medida que nos fomos chegando para Norte. Por terras galegas o néctar é muito melhor.


Uma das muitas paragens obrigatórias para repor águas. Hidrata... Desidrata...
Aqui nesta foto, e a servir de mesa está um dos cubos que marcam o caminho pela região da Estremadura. Estão muito bem posicionados, são quase todos de pedra granítica, mas também os há de chapa. Normalmente os segundos, e apesar de novos, estão selvaticamente danificados. Indicam-nos a direcção correcta e se estamos num caminho de Santiago ou numa parcela da Via Romana Original. Pode dar-se o caso, como nos aconteceu variadíssimas vezes, de estarmos nas duas em simultâneo. Tal facto está descrito pelas cores dos azulejos que estão colados na lateral. O amarelo representa o caminho e o Azul a Emerita César Augusta. Estrada criada para os romanos efectuarem as suas trocas comerciais e fazerem os seus movimentos de tropas e de escravos. De repente parece que estamos num livro do Asterix...LOL....



Cá vão os atletas em pleno esforço. E as vinhas sempre ao seu lado.



Tudo o que se faça fora da bicicleta deve ser numa sombra. O sol continuava sem dar tréguas. Aqui, remendava-se mais um, dos muitos furos que o Ricardo teve.

De vez em quando lá aparecia uma ou outra dificuldade adicional. Aqui pelo Sul de Espanha o principal obstáculo seriam mesmo o calor extremo e a aridez eterna. Mas as altas montanhas estavam guardadas mais para a frente. O que não subimos nestes primeiros dias, iríamos subir em dobro nos últimos.


Ia-mos nós (eu e o 18) em grande lançamento para chegar a Mérida, que estava ao alcance dos nossos olhos, quando constatámos que não "trazíamos" o César. depois de voltar para trás umas valentes centenas de metros e não o ver, tive que telefonar, aí fiquei a perceber que o Guru tinha furado, e estava ainda mais para trás. fui ter com ele para o auxiliar e encontrei-o nestes preparos.



Já em Mérida, cidade que apesar de pejada de memórias dos tempos dos Romanos, consegue progredir, sem as danificar. Aqui, onde havia uma pequena vila Romana, construi-se um edifício novo de uma politécnica. Nesta obra conseguiram-se Conciliar os vestígios e o moderno de uma forma muito inteligente.



O albergue. Antigo moinho de água, ainda com os subterrâneos à mostra, foi transformado em albergue. mas por ter as águas completamente paradas e não circular o ar, foi das piores noites que passei em peregrinações. tenho consciência de ter perdido alguns litros de água pela desidratação a que estivemos sujeitos.


Em Mérida além de existirem um teatro e um anfiteatro romanos em muito bom estado de conservação, existem também muitos outros pontos de interesse histórico cultural. Esta ponte por exemplo é uma das maiores da península ibérica.

TODAS AS FOTOS DESTE DIA NO PICASA :


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